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Capital

Aluno apanha de PM na porta de escola e mãe denuncia à Corregedoria

Administradora levou caso da abordagem ocorrida na frente da Escola Estadual José Barbosa Rodrigues

Silvia Frias | 30/03/2022 12:54
Entrada da escola José Barbosa Rodrigues. (Foto: Google/Reprodução)
Entrada da escola José Barbosa Rodrigues. (Foto: Google/Reprodução)

Administradora de 49 anos denunciou policiais militares por terem agredido o filho dela, um estudante de 16 anos, durante abordagem em frente à Escola Estadual José Barbosa Rodrigues, no Bairro Universitário, ontem (29) de manhã. Na denúncia, consta que ele levou “um tapão” no rosto, chegando a sangrar o nariz.

A agressão teria ocorrido quando o adolescente aguardava a abertura do portão da escola. O caso foi registrado na 6ª Companhia da PM, nas Moreninhas, com boletim de ocorrência e levado à Corregedoria da Polícia Militar.

“O que aconteceu foi um abuso”, disse a mãe do garoto, que fez questão de denunciar o caso.

Segundo a denúncia, o garoto estava com outros dois amigos na frente da escola, por volta das 7h15. A viatura, com dois policiais militares, se aproximou e parou próximo deles. Os militares fizeram abordagem e pediram para ver a mochila dos três estudantes.

Até esse momento, não houve estranhamento. O adolescente disse para a mãe que a viatura passa regularmente em frente da escola. Os PMs estavam em busca de “aviãozinho”, que estaria vendendo drogas na porta da escola e até mostraram a foto do suspeito para os garotos

Desabafo da mãe nas redes sociais. (Foto: Reprodução)
Desabafo da mãe nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

As mochilas foram revistadas e um dos policiais pediu para que o estudante desbloqueasse o celular. Passou a olhar as mensagens e fotos e, depois, devolveu.

Segundo a administradora, o filho se abaixou para pegar a mochila e colocar o celular dentro. Foi nesse momento que foi agredido. “No que ele foi levantar, levou o tapa, pegou no rosto, no nariz, até sangrou”. Os amigos dele e outros estudantes que estavam próximos se assustaram e se aproximaram.

Os PMs mandaram que todos entrassem. Ao estudante agredido, eles ordenaram que usasse a água da garrafa térmica que estava na viatura para lavar o sangue. Depois disso, o garoto entrou e foi para a aula.

Ao chegar em casa, contou o que se passou e a mãe ficou indignada. “Meu filho não queria denunciar, mas eu falei que era preciso, ele não deve nada; mesmo que tivesse feito alguma coisa, não é assim que se faz, tinha que conduzir à delegacia.”

A mulher também postou nas redes sociais, reclamando da conduta dos policiais. “Quero continuar acreditando que a polícia existe para proteger o cidadão (a) de bem. Esse policial em específico (se é que posso chamá-lo assim) despreparado, agrediu covardemente um menor indefeso, uniformizado no portão da escola”, escreveu.

Em contato com a direção da escola, a informação que recebeu é que ninguém da instituição tinha sido avisado previamente da abordagem policial. Na denúncia, consta a placa da viatura da PM, mas não há indicação dos nomes deles. "Ele estava assustado, não pegou o nome deles", disse a administradora.

A reportagem entrou em contato com a PM sobre a agressão sofrida pelo estudante, mas não houve retorno. A SED (Secretaria de Estado de Educação) informou que "o caso ocorreu fora do ambiente escolar, antes do início das atividades" e por isso, somente a polícia poderia se manifestar sobre o assunto.

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