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Capital

Ambulantes denunciam “máfia” e acusam fiscais de truculência

Lidiane Kober | 12/12/2013 21:21
Cristiane foi duas vezes à prefeitura em busca de autorização para entrar na Cidade do Natal, mas não foi atendida (Fotos: João Guarrigó)
Cristiane foi duas vezes à prefeitura em busca de autorização para entrar na Cidade do Natal, mas não foi atendida (Fotos: João Guarrigó)

Na Cidade do Natal, aberta nesta quinta-feira (12), vendedores ambulantes denunciaram o favorecimento de alguns para participar dos eventos da Prefeitura de Campo Grande e acusaram fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) de truculência.

“Não deixam a gente entrar nos eventos, só pode vender lá dentro a máfia deles”, denunciou Cristiane da Silva Martins, 30 anos, que trabalha de vendedora ambulante pelo menos há 15 anos.

Ela informou que foi à prefeitura no início de novembro e de dezembro a fim de conseguir autorização para vender dentro da Cidade do Natal, mas nem sequer foi atendida. “Todo ano é essa mesma maracutaia”, reforçou.

Franciele de Lima, 26, que comercializa produtos nas ruas desde pequena, foi no início de outubro à prefeitura para vender algodão doce dentro da Cidade do Natal. “A gente também paga impostos, mas não temos os mesmos direitos dos outros”, se queixou.

Alex Abreu da Silva, 30, foi outro a procurar a administração municipal e sair de lá sem autorização para entrar na Cidade do Natal.

Truculência – Além de denunciar a suposta "máfia", os vendedores reclamaram do atendimento dos fiscais da Semadur. “Eles arrancaram a gente do canteiro central da Afonso Pena como se fossemos bichos”, denunciou Franciele.

Cristiane levou o filho de seis anos para assistir a apresentação da Galinha Pintadinha e foi acusada de se aproveitar da criança. “Falaram que, se eu entrasse com o meu filho e com o pau de algodão doce, iriam chamar a polícia e alegar trabalho infantil”, relatou.

Ela, no entanto, afirmou não desistir de realizar o sonho do seu filho. “Sou igual a todo mundo, trabalhadora do mesmo jeito, não quero nem saber, vou levar meu filho para ver a apresentação e vou levar meu algodão doce, porque não tenho com quem deixar e isso é o meu ganha-pão”, ressaltou a vendedora.

Como nos outros anos, os ambulantes estão proibidos de ficar em frente à Cidade do Natal. A Semadur reservou espaço a eles nas extremidades do evento e fiscais fiscalizam o cumprimento da ordem. À tarde, eles foram na região e explicaram o procedimento aos vendedores.

“O problema é que aqui a gente vende muito pouco, não custava nada deixar a gente no canteiro da Afonso Pena”, apelaram, em coro, os ambulantes.

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