Amido, cafeína, bicarbonato: teste em laboratório mostra “vale-tudo” do tráfico
Substâncias são adicionadas com intuito de aumentar o volume da droga

Testes em laboratório mostram que não falta criatividade do tráfico na hora de adulterar a cocaína, matéria-prima da pasta base e do crack. Apesar de proibida, a comercialização da droga mantém um mercado criminoso. Na fabricação, entram tanto os diluentes, substâncias adicionadas com o único intuito de aumentar o volume, quanto os adulterantes. Como, por exemplo, a cafeína e a lidocaína, que são, respectivamente, estimulantes e anestésicos.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Testes laboratoriais revelam a diversidade de substâncias utilizadas pelo tráfico na adulteração da cocaína. Entre os componentes encontrados estão amido de milho, bicarbonato de sódio, cafeína e lidocaína, além de outras substâncias químicas que visam aumentar o volume e potencializar os efeitos da droga. As análises são realizadas seguindo protocolos internacionais rigorosos, utilizando técnicas avançadas como espectroscopia de infravermelho e cromatografia gasosa. Na pasta base, versão mais barata da droga, são encontradas impurezas como óxido de cálcio, querosene e ácido sulfúrico.
De acordo com a coordenadora de Divisão do IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), perita criminal Fernanda Mesquita Roese Guerbas, dentre as substâncias frequentemente encontradas estão amido de milho, carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, ácido bórico, benzocaína, cafeína, lidocaína, fenacetina, levamisol e tetracaína.
- Leia Também
- Boliviano é preso na fronteira após engolir 90 cápsulas de cocaína
- Pasta base: droga mais consumida pelas ruas é fácil de achar e difícil de largar
A pasta base, bastante popular nas ruas por ser mais barata, é a primeira forma obtida no processo de extração da folha de coca. Desta forma, as impurezas presentes são oriundas dos reagentes utilizados nessa primeira etapa do processo (refino), normalmente, óxido de cálcio, querosene, ácido sulfúrico e carbonato de sódio.
Amostras de apreensões passam por exame químico toxicológico para identificar e confirmar a presença do princípio ativo característico da droga proscrita, no caso, a cocaína, independentemente da forma física, cor, textura ou modo de preparo do material apreendido.
“Contudo, as amostras recebidas podem apresentar-se misturadas a outras substâncias. É comum identificar a presença de diversas outras substâncias utilizadas no processo de fabricação ou adicionadas posteriormente para adulteração”, afirma a coordenadora.
O material passa, inicialmente, por uma triagem com exames preliminares, geralmente testes colorimétricos, que indicam a possível presença da droga. Em seguida, são realizados os exames definitivos confirmatórios, que utilizam técnicas instrumentais avançadas, como a espectroscopia de infravermelho, a cromatografia gasosa e a espectrometria de massas.
Todas as análises seguem rigorosas diretrizes internacionais. O cumprimento desses protocolos assegura a qualidade, rastreabilidade e confiabilidade da prova material produzida.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

