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Capital

Amigos de rapaz espancado tentaram avisar PM, mas não receberam atenção

Jorge Almoas e Paula Maciulevicius | 16/04/2011 21:25

Dois amigos do estudante de Artes Visuais espancado por um grupo de jovens na madrugada da última sexta-feira tentaram avisar a polícia sobre o carro em que os agressores estavam, mas não receberam atenção. A suspeita é que a agressão foi motivada por homofobia, que é a aversão ao comportamento homossexual.

O Campo Grande News conversou com o amigo, de 22 anos, que estava ao lado do rapaz agredido quando o carro parou e começou a xinga-los de “veados”. Quando dois rapazes desceram do veículo para agredi-los, eles correram pela Rua Bahia em direção à Avenida Fernando Corrêa da Costa.

O rapaz agredido resolveu virar na avenida e acabou alcançado pelos agressores, que chutaram e deram socos na sua barriga e cabeça. O amigo continuou correndo e se refugiou em um condomínio próximo.

De lá, ele ligou para um terceiro amigo, que estava um pouco mais afastado quando os agressores abordaram os dois. Eles ficaram escondidos dentro do condomínio e tentaram ligar para o celular do rapaz agredido, mas sem sucesso.

Ainda escondidos, os dois jovens viram o carro dos agressores, um Corsa de cor preta, passando pela Joaquim Murtinho, supostamente na tentativa de agredir os demais colegas do rapaz espancado. Eles anotaram a placa do carro.

“Eles não viram a gente e desistiram. Ficamos um tempo na frente do condomínio e decidimos sair, para tentar ajuda. Encontramos uma viatura da PM, contamos todo o caso e pedimos socorro”, conta o rapaz de 22 anos.

Antes de encontrar a viatura, os amigos conseguiram falar com o rapaz agredido, que foi ajudado por três pessoas em um veículo que passava pelo local, e descobriram que ele já estava a caminho de casa.

“Quando pedimos para os policiais irem até a casa dele, para saber como ele estava e tentar ajudar a localizar os agressores, eles nem deram bola. Disseram que era muito longe e não podiam sair dali”, reclama o amigo de 18 anos.

Um detalhe contado pelo rapaz agredido ao Campo Grande News é que ele chegou a ver o carro dos agressores depois que foi socorrido pelo grupo de três pessoas. O grupo perguntou se aquele era o carro, mas o rapaz negou, com medo de possível retaliação.

“Eu não aguentava mais correr, e eles vieram de novo. Pensei em pular no córrego para fugir. Minha cabeça dói, as costas, eu achei que tinha quebrado tudo. Meus dentes estão moles de tanto apanhar”, descreveu o jovem, destacando que os agressores, aparentemente, faziam o ato de brutalidade pela primeira vez.

Com a ajuda de um conhecido na policia, a família descobriu o endereço onde o carro dos agressores está registrado. A casa fica em um dos bairros mais nobres de Campo Grande, confirmando a suspeita das vítimas de que os agressores pertencem a uma classe social mais elevada.

O caso continua no 1º DP de Campo Grande, onde foi registrado. Os nomes foram preservados a pedido dos entrevistados.

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