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Capital

Antigo hotel vira “banheiro” de usuários e traz problemas a trabalhadores locais

Região da antiga rodoviária registra crescimento da população em situação de rua e usuários mostram vulnerabilidade social que aumenta a cada dia

Izabela Sanchez | 02/07/2018 17:34
Hotel abandonado ao lado de uma agência dos Correios (Paulo Francis)
Hotel abandonado ao lado de uma agência dos Correios (Paulo Francis)

Uma das faces mais vulneráveis, a população em situação de rua e usuários de droga, em especial do crack, uma das substâncias mais perigosas que existem, aumenta em Campo Grande a cada dia. Na Capital, a antiga rodoviária é o ponto onde essa parcela pode ser encontrada.

Apesar da aparência de insegurança, a maior parte dos usuários não faz mal a ninguém. Ainda assim, o abandono tem transformado a região em um deserto e quem trabalha ou mora no local reclama da situação, que está longe de ser resolvida.

Ao lado da Agência dos Correios, um hotel abandonado foi ocupado pelos moradores da rua. No local, restos de comida, roupa e até fezes transformaram as dependências do hotel em um cenário caótico. Os funcionários dos Correios reclamam da situação. Ao lado do hotel, não podem nem abrir a janela, pelo mau cheiro.

Uma funcionária que preferiu não ser identificada reclamou da situação. “Faz muito tempo que está ocupado. A noite eles se recolhem aí, usam como banheiro”, contou.

“O odor vem muito forte e nem abrimos a janela. O cliente que precisa dos Correios não deixa de vir, mas procura outras agências”.

Nem a base da Guarda Municipal inibe a situação. Venda de drogas e prostituição são vistas à luz do dia, e afastam a ocupação urbana da região.
Funcionária de um bar, Andreia Rosa Lute, 42, explica que o principal incômodo é a sujeira, e que os clientes diminuem na medida em que a parcela usuária aumenta.

Usuários ocupam térreo da antiga rodoviária (Paulo Francis)
Usuários ocupam térreo da antiga rodoviária (Paulo Francis)

“Só tem sujeira. De uns 4 anos pra cá aumentou essa população. Com certeza afasta muito os clientes. As pessoas têm medo, já ouvi diversas reclamações. Falam que o problema é social e não resolvem. Melhorou policiamento, só”, comentou.

Rosane Nely Lima é síndica administrativa do prédio da antiga rodoviária. Ela relata que a situação melhorou “50%”, mas ainda amedronta quem pretende utilizar o espaço. No prédio, 132% das salas estão desocupadas e ninguém quer mais alugar. Apenas 56 de 136 cômodos funcionam comercialmente, no prédio que é público e privado e onde a Prefeitura detém 10% do espaço.

“Pra gente é péssimo, porque a imagem que as pessoas têm do bairro Amambaí é a pior possível. Não é nada tão terrível aqui, mas tem pequenos furtos por causa dos usuários. A prioridade é a Prefeitura ocupar o espaço dela”, comentou Rosane.

Por meio da assessoria de imprensa, a administração municipal explicou que a antiga rodoviária é de responsabilidade de um Condomínio e que “no caso de novos projetos para o local, eles serão discutidos com os condôminos”. Sobre a população vulnerável, afirmou que a SAS (Secretaria de Assistência Social) possui um projeto de Serviço Especializado em Abordagem Social.

Esse serviço, explica, atende e encaminha as pessoas em situação de rua que têm interesse aos serviços de saúde e reabilitação, oferecidos pela SAS e pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) nas unidades CAPS-AD e/ou Comunidade Terapêuticas.

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