Apontado como “mascarado com pitbull”, jovem nega perturbar moradores

Com medo, os moradores preferem não se identificar e afirmam que o jovem que caminha nesta manhã pelo bairro Coophamat é o mesmo visto nas imagens de câmeras de segurança, com máscara de personagem do filme Pânico e um cão pitbull. Na mesma rua, o rapaz apontado como suspeito de andar mascarado e forçar portões, diz que é confundido porque anda com um cachorro parecido.

Ele conta que é vendedor de balas, enfrenta lembranças difíceis de abandono e violência e tem medo de ser confundido com o homem da máscara. Com medo, ele se identifica para a reportagem, porém prefere que o nome não seja divulgado e revela que mora no Bairro Aero Rancho.

“Sou trabalhador, vendo balas no semáforo. Não sou eu nas imagens, parece comigo, é magro e alto. Falaram que eu era ladrão. A polícia passa e não me para porque não fiz nada”, diz o jovem, enquanto moradoras observam a entrevista.

O que incomoda quem mora no local é o fato do rapaz passar com frequência pelas ruas do bairro com a mesma roupa e o mesmo cachorro. Ocorre que ninguém fez alguma denúncia de invasão ou algo semelhante à polícia, segundo duas moradoras.

“Ele anda em toda parte. Já viram ele na Bandeirantes. Hoje, é a primeira vez que o vimos sem a máscara. A gente o conhece por causa do cachorro. A roupa é a mesma de sempre. Tentou abrir o salão de beleza”, conta uma moradora, que não quis divulgar o nome.

“Ele fica forçando os portões. Ele é malandro, a cara dele está contando que é malandro. A polícia disse que não pode prender porque ninguém denunciou”, diz outra moradora.

O sargento Edinaldo Viana, que postou o vídeo em rede social, confirma que não há denúncia, por isso ninguém pode impedir o jovem de andar pelas ruas do bairro.

“Hoje este indivíduo desconhecido apareceu novamente e vem assustando os moradores e comerciantes do bairro da Coophamat. Usa uma máscara ghostface, assombrando vários moradores! A polícia chegou a ser acionada, mas nada pôde fazer, pois não havia denúncia formalizada contra este indivíduo”, publicou Viana.

O rapaz, que nega ser o mascarado, segue com o cachorro. Diz que foi ao cyber jogar videogame e além da venda de balas, conta com ajuda de pessoas que conhece nas ruas.

“Tem muita gente que me ajuda. Ontem, um rapaz me deu R$ 20. Estou precisando mesmo, quero ter casa, minha vó faleceu. Sou muito desprezado. Com 22 dias de nascido, fui abandonado. Minha mãe tinha problemas e apanhava do meu pai”, desabafa o rapaz, quando questionado sobre o trabalho.