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Capital

Após mal súbito em protesto, família espera milagre para salvar jovem

Filipe Prado | 01/06/2014 09:35
Luana e os amigos se preparando para o protesto (Foto: Facebook)
Luana e os amigos se preparando para o protesto (Foto: Facebook)

No dia 20 de junho faz um ano da manifestação que reuniu 60 mil pessoas no centro da Capital em decorrência de protestos Brasil afora. No mesmo dia também completa um ano que a autônoma Luanna Cristina Pavanatti, 24, foi acometida por um mal súbito e ficou em estado vegetativo persistente, onde o cérebro não reproduz estímulos voluntários.

Luana e mais sete amigas se reuniram em frente a um prédio na Rua 15 de Novembro para participarem do protesto. Após a maioria dos manifestantes passar, elas seguiram a passeata, que percorreu toda a Avenida Afonso Pena. Mas na altura da lanchonete Burguer King, Luana passou mal e perdeu a consciência.

Duas amigas enfermeiras ajudaram Luana, mas ela sofreu quatro ataques cardíacos seguidos. Por conta do grande número de pessoas, as mulheres relataram, na época, que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) demorou mais de 40 minutos para chegar até o local e fazer o atendimento.

“Ela está assim por conta da demora no atendimento”, avalia a irmã de Luana, Sabrina Tatiani Pavanatti, 27, apesar de não culpar a equipe médica pela demora. Ela conta que a irmã sofre de uma doença rara chamada cardiomiopatia de Takotsubo ou Síndrome do Coração Partido, que normalmente se manifesta em mulheres com mais de 40 anos, na fase da menopausa.

“Os médicos relataram que ela passou por emoções fortes, stress, provavelmente por causa do protesto que ela estava participando, por isso a doença se manifestou mais cedo”, explica Sabrina, mas ela complementa dizendo que os médicos ainda não concluíram o laudo clínico de Luana.

Luana praticava vários esportes e sonhava em fazer Educação Física (Foto: Facebook)
Luana praticava vários esportes e sonhava em fazer Educação Física (Foto: Facebook)

Sabrina conta que logo após o mal súbito, Luana ficou mais de 50 dias internada no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e só recebeu alta no dia 10 de julho. Mas, por conta de uma infecção causada por bactérias hospitalares, ela precisou ser internada novamente no dia 28 de agosto.

Após várias intervenções médicas, como traqueostomia, Luana pode voltar para casa. Hoje, ela não tem nenhum dos movimentos. O sonho de fazer o curso de Educação Física foi colocado de lado por tempo indeterminado.

“Ela pode melhorar, ou seja, sentar, comer sozinha, mas o estado dela é irreversível”, diz Sabrina. Ela e a mãe são totalmente dedicadas a Luana. Precisam ficar 24 horas acompanhando ela. “São nove alimentações diárias, que não podem ser atrasadas, além da medicação e tratamentos”.

Até hoje a família já gastou, somente com fisioterapia, R$ 18 mil, além de gastos como fonoaudiólogo, transporte, medicação, fraldas. “Como minha irmã era autônoma e não contribuía com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), hoje ela não tem direito a benefícios ou aposentadoria”, conta Sabrina, por isso eles procuram maneira diferentes de arrecadar dinheiro.

“Em novembro nós fizemos um carreteiro para arrecadar dinheiro e já conseguimos comprar algumas coisas, mas agora precisamos comprar um guindaste especial, para fazer o transporte dela, e uma cadeira de banho adaptada, então venderemos algumas pizzas”, lembra.

Apesar do sorriso estampado no rosto durante toda entrevista, Sabrina não consegue esconder as lágrimas ao falar sobre a vida da irmã. “Eu procuro pensar que minha irmã está viajando e eu estou cuidando de uma menina, que é uma irmã mais nova. Sinto muita falta dela, então tento pensar assim”.

Para o futuro, a família de Luana ainda não sabe o que os reserva. Um milagre é a única esperança. “Eu só quero que ela tenha qualidade de vida, como é um laudo instável e a lesão é irreversível, nós esperamos somente um milagre”, reconheceu.

Os amigos e familiares organizaram um carreteiro para ajudar nas despesas de Luana (Foto: Facebook)
Os amigos e familiares organizaram um carreteiro para ajudar nas despesas de Luana (Foto: Facebook)
Atualmente ela está em estado vegetativo persistente (Foto: Facebook)
Atualmente ela está em estado vegetativo persistente (Foto: Facebook)
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