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Capital

Após mortes, Sesau tem 10 dias para acabar com internações em UPAs

Aliny Mary Dias | 15/08/2014 16:41
Internações em UPAs e postos 24 horas se tornaram comuns na Capital (Foto: MPE/Divulgação)
Internações em UPAs e postos 24 horas se tornaram comuns na Capital (Foto: MPE/Divulgação)

Depois de a Santa Casa da Capital suspender o setor de ortopedia por 48 horas para diminuir a fila de espera e a cidade registrar duas mortes de pacientes que esperavam por leitos no setor de urgência, o MPE (Ministério Público Estadual) cobrou agilidade da Prefeitura de Campo Grande e estipulou prazo de 10 dias para o fim das internações em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e postos 24 horas.

A recomendação ocorreu depois que equipes da 32ª Promotoria de Justiça da Saúde Pública visitaram a Santa Casa e três UPAs da Capital. Conforme o documento assinado pela promotora Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, a administração deverá acabar com as internações nos centros usando a rede conveniada ou contratada.

Outra determinação do MPE é que em 20 dias a Capital aumente a quantidade de leitos hospitalares adultos disponibilizados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública). A Santa Casa, maior hospital do Estado, já admitiu a insuficiência de leitos e a promotoria identificou superlotação também no Hospital Regional e no Hospital Universitário.

Várias reuniões foram feitas entre a promotoria e a Sesau e no último dia 31 de julho, conforme o MPE, foram cobradas do prefeito Gilmar Olarte (PP) medidas emergenciais para atender a demanda de leitos de internação.

Durante as vistorias feitas ontem pela promotoria, foram identificadas na Santa Casa uma fila de espera de 35 pacientes que aguardam por cirurgia no setor de ortopedia. Na UPA do bairro Vila Almeida, cinco pacientes estavam internados esperando leitos e um deles há quatro dias.

No centro do bairro Universitário, foram encontrados seis pacientes esperando transferência para hospital da cidade. No bairro Coronel Antonino, estavam sete pessoas esperando vaga.

Ainda conforme o MPE, se a recomendação não for cumprida, a promotoria partirá para medidas judiciais para que o caos de falta de leitos seja solucionado.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Sesau que informou que aguarda retorno do superintendente da pasta para posicionamento sobre o caso.

Mortes - Um menino de três anos de idade morreu ontem esperando vaga no CTI (Centro de Terapia Intensivo) da Santa Casa. É a segunda morte nesta semana de um paciente a espera por vaga na emergência na rede pública da Capital. No domingo, uma jovem de 24 anos morreu no Hospital Universitário após ficar por 48 horas em uma “UTI improvisada” na UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

A morte trágica de João Guilherme Teixeira Menezes, 3 anos, ocorreu após a família comemorar o fato do menino ter ficado um ano longe do hospital. Cardiopata, a criança passou mal na segunda-feira, quando foi encaminhada à Santa Casa da Capital.

No domingo, Camila Delmondes Flores, 24, morreu no Hospital Universitário. Mãe de duas crianças, ela passou mal e ficou em um “CTI improvisado” na UPA da Vila Almeida por 48 horas até ser transferida para o HU.

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