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Capital

Após universidade cortar vagas, estudantes criam #FicaSisuNaUFMS

Liniker Ribeiro | 15/10/2020 14:38
Campus da UFMS em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Campus da UFMS em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Estudantes de escolas públicas de Campo Grande resolveram reagir após comunicado divulgado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) informando o fim da disponibilização de vagas por meio do programa Sisu (Sistema de Seleção Unificada), já em 2021. Pela internet, campanha pede #FicaSisuNaUFMS e ganhou apoio de acadêmicos que ingressaram na universidade por meio do programa.

Marcos Vinicius Alves dos Santos, de 18 anos, é aluno do terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Joaquim Murtinho. Preocupado, ele e duas amigas tiveram a ideia de mobilizar a internet a favor da continuidade das vagas para alunos já inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

“Isso nos pegou de surpresa, por esperamos tanto tempo para chegar no terceiro [ano], principalmente aqueles que já estão se preparando, crendo que vão entrar na UFMS assim que prestar o Enem, pelo SISU. Acabou deixando não só eu, mas vários outros colegas preocupados de como entrar na faculdade”, relata o estudante.

A ideia de ir para a internet surgiu em conversa com outros alunos da escola onde estuda. “Em conversa com alguns alunos líderes de sala, eu e uma amiga do 2°ano do Ensino Médio e uma acadêmica de pedagogia da UFMS fizemos  um grupo de WhatsApp, procurando alunos que estejam interessados em seu futuro, nos ajudando a fazer publicações, uma ação na suas redes sociais para a Federal ver que estamos de olhos abertos e por dentro das coisas que acontecem”, relata Marcos.

Os posicionamentos contrários à decisão estão sendo publicados por usuários do Twitter e, desde a divulgação do fim das vagas por meio do programa, em menos de 24 horas, já motivou pelo menos 100 ‘tweetes’.

Conforme o estudante, a mobilização on-line será ainda maior nesta sexta-feira (16), ocasião em que o Conselho Estudantil se reunirá para discutir o fim da disponibilização das vagas por meio do Sisu.

Entre os apoiadores, acadêmicos como a estudante de Pedagogia, Agnes Viana, de 22 anos. "Vamos pressionar os conselheiros para que eles não aceitem. Queremos garantir que os estudantes que tinham expectativas de entrar pelo Sisu não sejam prejudicados.”

Agnes lembra como esse processo foi decisivo para a entrada em uma instituição federal. "Na minha época só tinha o SISU como opção e sempre escutei que era um avanço porque antigamente poucas pessoas conseguiram entrar. Cheguei a pensar na possibilidade de não estudar na UFMS, mas foi o processo, oportunidade de fazer o Enem, que me ajudou a chegar em um curso que eu gosto de fato e tenho estudado para ser uma boa profissional", comenta.

Na avaliação dela, “estamos vendo um programa nacional reconhecido, com características de ter aumentado pessoas em diversas na universidade, tendo tirado a elitização, sendo colocado em cheque”.

Questionada sobre a possibilidade de rever o corte do SISU, em nota a UFMS voltou a responsabilizar a pandemia. "Com o adiamento das provas do ENEM e liberação dos resultados pelo SISU em 2021, muitas universidades, assim como a UFMS, estão, emergencialmente, encontrando alternativas para que os 22 mil estudantes matriculados não fiquem prejudicados. A adoção do SISU para o primeiro semestre de 2021 acarretará início do semestre letivo somente em junho/2021, atraso ou inexistência de formaturas e prejuízo a normalidade."

A universidade lembra que a medida foi aprovada em caráter de excepcionalidade pelo Conselho de Graduação "a oferta de 80% de vagas para o Vestibular e 20% de vagas para o Programa de Avaliação Seriada Seletiva (PASSE). A equipe técnica da UFMS reforça que o SISU poderá ser utilizado para os cursos com entrada no segundo semestre de 2021, caso haja tempo hábil e sem prejuízo ao calendário acadêmico"
A UFMS está de portas abertas aos estudantes de todo Brasil e do MS, que podem ingressar mediante vestibular ou Passe, com editais públicos nos moldes de várias universidades brasileiras, como USP, UFPR, UnB e UNICAMP, e de modo a evitar prejuízos aos estudantes de todo o país, em datas de provas que não coincidem com o ENEM (presencial e digital) e demais provas nacionais."

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