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Capital

Aposta de Bolsonaro na Mega-Sena engorda fila em lotérica do Mercadão

Aposta feita pelo presidente foi paga via pix por integrante de sua equipe

Cleber Gellio | 14/12/2021 16:13
Aposta de Bolsonaro na Mega-Sena engorda fila em lotérica do Mercadão
Fila na lotérica dentro do Mercadão da Capital, após visita de Bolsonaro. (Foto: Cleber Gellio)

O guichê de número 4, na lotérica do Mercadão Municipal de Campo Grande, foi um dos pontos mais procurados nesta terça-feira (14), por quem queria fazer uma 'fezinha'. Tudo porque, exatamente ali, sob a responsabilidade da atendente Stephany Sasaki, 22 anos, que o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), fez uma aposta em sua passagem 'relâmpago' nesta segunda (13) por Campo Grande.

Com sete dezenas preenchidas a próprio punho, o presidente pagou o bilhete da Mega-Sena de R$ 31,50 com transferência via Pix, efetuada por um assessor que o acompanhava, segundo a atendente, que garante não se lembrar de nenhuma ‘dezenazinha’ sequer, entre as escolhidas. “Foi tudo muito rápido e na hora, fiquei nervosa com a situação, por isso, não memorizei nada. E também o canhoto do jogo foi junto com aposta, como de costume”.

A cada aposta ou conta paga no caixa da funcionária, clientes queriam saber um pouco mais sobre a presença do chefe do Executivo nacional em seu local de trabalho. Com bom humor, Sasaki relatava a cada um deles como foi seu dia inusitado de trabalho ao ficar frente a frente com Bolsonaro. “Os clientes querem saber como ele é e como ele tratou a gente”.

Aposta de Bolsonaro na Mega-Sena engorda fila em lotérica do Mercadão
Atendente Stephany Sasaki no guichê onde foi feita aposta do presidente. (Foto: Cleber Gellio)

De acordo com o funcionário da lotérica, Rony Alves, 42 anos, o número de apostas, tanto no local quanto no site da casa de apostas, cresceu com a repercussão sobre a visita do presidente por lá. No entanto, diz ser “muito cedo para estimar um percentual”. “Fomos privilegiados com essa rápida visita, tanto nos negócios quanto pessoal, pois quem não gostaria de tirar uma foto com o presidente? Não consigo fazer uma estatística neste momento, porque ainda é muito recente, mas é perceptível esse aumento. Muitos querem fazer a aposta na mesma máquina que fez o jogo dele. ”.

Atagides Rocha, 67 anos, não perdeu tempo e fez sua aposta no mesmo guichê utilizado pelo presidente. Ele acredita que possa dar sorte. “Fiz a aposta no mesmo local que ele e acho que ele vai trazer sorte para essa lotérica".

Sorte essa, que Sérgio Barnardino, 69 anos, chama de trabalho. Com os volantes de apostas nas mãos e dirigindo-se à reportagem, questiona: “Você quer saber os números do Bolsonaro? Ele já é rico e a nossa sorte está no trabalho”.

Aposta de Bolsonaro na Mega-Sena engorda fila em lotérica do Mercadão
Movimento aumentou na pastelaria que serviu equipe presidencial. (Foto: Cleber Gellio)

Pastel e tubaína – Na pastelaria que serviu pastel de queijo acompanhado de tubaína ao presidente, o movimento cresceu pelo menos 50%, um dia após o ‘agito’ causado pela equipe presidencial, conforme o proprietário, Emerson Teruo, 47 anos. “A repercussão foi grande e o movimento hoje já é bem maior. É a melhor propaganda do mundo”.

Questionado se usaria a imagem de Bolsonaro para atrair mais clientes, o comerciante disse que “cada um tem sua preferência política” e, por isso, não usaria a presença do presidente em seu comércio como marketing, em respeito aos clientes que não são bolsonaristas.

Aposta de Bolsonaro na Mega-Sena engorda fila em lotérica do Mercadão
Visita de integrantes do Palácio do Planalto é o assunto mais comentado do Mercadão. (Foto: Paulo Francis)

No ‘cantinho’ mais comentado do mercado, o que também cresceu foi a quantidade de pessoas que se declaram contrárias às atitudes do presidente da República. Como Elisângela Soares de Sousa, 45 anos, que há doze anos, frequenta a pastelaria e que não daria importância ao fato de estar no mesmo espaço por onde passou Bolsonaro. “Eu tiraria, sim, foto com uma pessoa que fosse como a gente e que pagasse seus impostos como nós, mas ele não”.

Na mesa ao lado, Antônio Anacleto, 23 anos, que tomava uma tubaína e comia um pastel de carne, estava por dentro do ocorrido no Mercadão e de pronto, também se declarou não ser eleitor do presidente, porém, diz respeitar a atitude de Bolsonaro. “Também fiquei curioso em saber como foi essa visita. Afinal, é uma figura pública, uma personalidade e o presidente do Brasil. É normal que cause essa repercussão”.

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