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Capital

Assassino de artesã será levado a Deam para prestar novo depoimento

Contradições sobre o tempo em que autor e vítima se relacionaram chamaram atenção da polícia. Caso é tratado como feminicídio

Geisy Garnes e Mirian Machado | 28/01/2019 11:59
Nicolas foi preso em flagrante com a arma de fogo utilizada no crime (Foto: divulgação/Polícia Militar)
Nicolas foi preso em flagrante com a arma de fogo utilizada no crime (Foto: divulgação/Polícia Militar)

O assassino confesso da artesã Eronilda Gabriel Mendonça, de 34 anos, deve voltar a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para prestar um novo depoimento. Isso porque a polícia encontrou contradições entre a versão contada por ele e os depoimentos de testemunhas do caso.

Ao Campo Grande News, a delegada Joilce Silveira Ramos – responsável pelo caso – lembrou que em depoimento Nicolas de Jesus Batista contou ter conhecido a vítima como garota de programa. Mas com o tempo, ela teria se apaixonado e parou de cobrar pelos encontros.

Segundo ele, por cerca de um ano os dois se relacionaram “informalmente” e ficavam juntos sempre que se viam. Nicolas contou que horas antes do crime estava em um bar em frente à casa de Eronilda e que ela chegou a ir ao encontro dele, mas por ciúmes se envolveu em briga com outras três mulheres.

Na versão dele, durante a confusão Eronilda sacou uma faca do bolso e o dono do bar interviu. Foi depois dessa cena que ele deixou o bar com ela. Dentro do carro os dois continuaram a discussão, a vítima o chamou de “viado e frouxo” por ele se negar a fazer sexo, e ele parou o veículo em uma rua que não conhecida. “Ele a mandou descer, e atirou nela”, detalhou a delegada.

Ferida na perna de raspão, no peito e próximo à boca, a mulher ainda caminhou alguns metros e ligou para a polícia. Foi Santa Casa onde passou por dois procedimentos cirúrgicos pela ortopedia e pela cirurgia geral. Ficou internada em coma induzido por dois dias e morreu na quinta-feira (24).

O que chamou atenção da polícia, no entanto, é o tempo de relacionamento entre vítima e autor. Em depoimento, o dono do bar em que a briga aconteceu contou que Nicolas é cliente do estabelecimento e vai frequentemente ao local, mas que nunca o viu com a artesã.

A irmã de Eronilda também afirmou a polícia que não conhecia o suspeito e nunca viu a artesã com ele. “Por isso vamos buscá-lo no presídio entre hoje e amanhã para esclarecer esse ponto”, afirmou à delegada. As três mulheres envolvidas na briga também já foram ouvidas na delegacia.

Primeira versão – Após ser preso Nicolas disse a polícia que estava bebendo em um bar no Bairro Guanandi e a vítima, que mora próximo do local, teria o chamado para sair.

Os dois então entraram no veículo dele, um Corsa de cor prata, e seguiram para beber em outro bar já no Bairro Tijuca, mas no meio do caminho começaram a discutir. O suspeito teria afirmado que a vítima pediu para ambos terem relações sexuais, mas ele teria negado, afirmando que queria apenas beber.

A mulher então teria rebatido o chamando de ‘viado e frouxo’, momento este que ele sacou a arma, de calibre .38, a mandou descer do carro e com a vítima ainda de costas, fez os disparos e saiu. Eronilda foi ferida na bochecha esquerda, virilha, ombro esquerdo e panturrilha direita.

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