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Capital

Ato contra fim da Justiça do Trabalho reforça que medida inviabiliza direitos

Ato, que ocorre em outras cidades do País, é reação da classe à fala do presidente Jair Bolsonaro sobre extinção do ramo da Justiça

Mayara Bueno e Liniker Ribeiro | 21/01/2019 14:55
Profissionais durante ato na frente da Justiça do Trabalho. (Foto: Liniker Ribeiro).
Profissionais durante ato na frente da Justiça do Trabalho. (Foto: Liniker Ribeiro).

Ao menos 50 profissionais entre magistrados, advogados e procuradores fizeram um ato em frente à Justiça do Trabalho, em Campo Grande, no começo da tarde desta segunda-feira (dia 21). Eles protestam contra ameaça de extinção do ramo voltado às questões trabalhistas na Justiça, anunciada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo o presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Christian Gonçalves, o ato ocorre em 41 cidades – entre elas, todas as capitais. Em São Paulo, por exemplo, o ato começou no período da manhã em frente ao Fórum Trabalhista.

O descontentamento com a fala do presidente se dá, principalmente, porque a Justiça do Trabalho recebe diversos processo e que, na visão do grupo, encaminhá-los para a Justiça comum inviabilizaria o julgamento eficaz.

Hoje, afirma, um caso envolvendo questão de trabalho pode ser solucionado entre 8 e 12 meses, enquanto na Justiça comum leva-se, no mínimo, dois anos. Diego Grazotto, presidente da Abrat (Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas), afirma que os profissionais estão lutando para garantir direitos sociais, a Constituição Federal e o processo democrático.

Às pessoas que passavam no local foi entregue um folheto explicando o que é mito e o que é verdade em relação aos processos trabalhistas. Segundo os participantes do ato, Bolsonaro afirma que a Justiça do Trabalho protege os trabalhadores e prejudica o empresário, ideia que é combatida pelos profissionais da área.

Ainda de acordo com Diego, audiências devem ser feitas para debater o assunto. O receio de que, de fato, o setor seja extinto leva o grupo a agir “para que não se flexibilize ainda mais os direitos do trabalho e não haja possibilidade da Justiça de Trabalho acabar”.

Participaram integrantes da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho) e ATT-MS (Associação Nacional dos procuradores do Trabalho).

A fala do presidente sobre o assunto foi ao ar em 3 de janeiro, durante uma entrevista ao SBT. Bolsonaro disse que "havendo clima", a proposta de extinção pode ser levada para frente.

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