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Capital

Auditoria na previdência municipal já lota mais de 10 caixas de documentos

Comissão parlamentar suspende trabalhos até receber livros fiscais. No IMPCG, funcionários correm para entregar movimento financeiro dos últimos anos.

Alberto Dias | 18/01/2017 15:55
Parte dos livros fiscais já separados no IMPCG e que  seguirão para Câmara Municipal até o fim de janeiro. (Foto: Direto das Ruas)
Parte dos livros fiscais já separados no IMPCG e que seguirão para Câmara Municipal até o fim de janeiro. (Foto: Direto das Ruas)

Comissão de vereadores suspendeu reunião desta quarta-feira (18) que daria prosseguimento aos trabalhos que apuram suspeita de desvios financeiros na previdência do Município. O motivo alegado é a não entrega de documentação solicitada ao IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), cujo prazo vence na próxima semana.

Dentro do instituto, quatro funcionários separam os livros fiscais solicitados, de 2010 a 2016, e pelo menos 10 caixas já ocupam uma das salas. Em ofício enviado ao IMPCG, os parlamentares dão prazo de 15 dias para que a diretoria apresente a movimentação contábil dos últimos sete anos. 

Apesar de curto, o prazo deverá ser cumprido, de acordo com o diretor-presidente, Lauro Davi. "Desde que chegou o ofício, estamos mobilizados e no que depender da gente será possível entregar tudo até o fim do mês", afirmou. O problema, segundo ele, refere-se aos anos de 2010 e 2011, quando os arquivos ainda não eram digitalizados. "Mas isso já foi resolvido", afirma.

Ele acrescenta que tudo será entregue em cópia física, "xerocada", conforme solicitado. Ao Campo Grande News, diz que assumiu o comando do instituto há poucos dias e que se o pedido fosse referente à sua gestão "poderia garantir que estaria tudo correto". O ex-deputado Lauro Davi, que foi presidente da Cassems, garante que "o que for solicitado será entregue". E adianta:  serão muitas, muitas caixas.


Enquanto isso, na Câmara Municipal, a Comissão Especial para Acompanhamento e Reestruturação do IMPCG, criada em 1º de janeiro, segue parada, aguardando os documentos. Entre os seis integrantes, o único veterano, Lívio Leite (PSDB), informou à reportagem que somente após a chegada da documentação serão definidos o cronograma e a metodologia de trabalho. "Vamos programar nossas ações mediante a apresentação desses relatórios", disse o tucano, que esteve na sede do Instituto nesta segunda-feira (16).


Questionado sobre como farão para auditar tantos livros fiscais, Lívio adianta que devem pedir auxílio à assessoria contábil da casa de leis. A reportagem também perguntou se esta Comissão Especial pode vir a se tornar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar supostos crimes.

"Sim, não está descartado, mas isso depende da votação dos vereadores, ou seja, precisamos primeiro retomar os trabalhos parlamentares". A primeira ordinária de 2017 acontece em 15 de fevereiro.

Comissão Especial é composta por seis parlamentares. (Foto: Câmara Municipal)(
Comissão Especial é composta por seis parlamentares. (Foto: Câmara Municipal)(

Comissão - O grupo parlamentar tem como presidente e relator os enfermeiros vereadores Hederson Fritz (PSD) e Cida Amaral (PTN) - ambos não foram localizados pela reportagem. Também participam Jeremias Flores (PT do B), Francisco Veterinário (PSB) e William Maksoud (PMN).

O objetivo é auditar as contas previdenciárias do município, frente a indícios de irregularidades que apontam perdas na ordem de R$ 300 milhões. A gestão anterior afirma que o déficit na arrecadação é o causador do "sumiço" do dinheiro.

No início de dezembro, reportagem do Campo Grande News denunciava que médicos, psicólogos e outros profissionais de saúde estavam deixando de atender pacientes do IMPCG. A justificativa dada pelos credenciados aos servidores municipais e seus dependentes era que a autarquia administrada pela prefeitura da Capital atrasa constantemente os pagamentos pelas consultas, procedimentos e tratamentos realizados. Conforme a administração, são mais de 26 mil beneficiários. 

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