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Capital

Bairro conta com cerca de dez ruas que são trilhas e só existem no mapa

Viviane Oliveira | 09/05/2013 06:49
“A rua da minha casa, a Marechal Mallet, simplesmente é um trieiro”, reclama Jane.  (Foto: Vanderlei Aparecido)
“A rua da minha casa, a Marechal Mallet, simplesmente é um trieiro”, reclama Jane. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Pelo menos 10 ruas do Jardim Noroeste, na região Leste de Campo Grande, estão obstruídas. No mapa os endereços existem, mas no bairro é muito difícil de achar, isso porque no lugar que deveriam ser abertas ruas foram construídas casas.

A maioria dos moradores reclama que já procurou a Prefeitura, mas que até agora não recebeu uma resposta. “Nós estamos abandonados aqui”, reclama a cabeleireira Jane Clara Inácio Garcia, de 53 anos.

Jane mora na rua Marechal Mallet esquina coma a Água Branca, mas simplesmente a Marechal Mallet só existe no mapa. Até tem placa indicando onde é a rua, porém ninguém consegue passar porque tem uma casa que bloqueia a passagem.

A morada mostra os pedidos que foram encaminhados para a Prefeitura solicitando a abertura das vias no bairro. Há 5 anos Jane vem lutando para garantir o seu direito de ir e vir.

“A gente quer investir aqui, mas não tem condições. Para colocar o padrão na minha casa tive que brigar com a Enersul”, disse, acrescentando que, além disso, à noite no local é um breu.

Os moradores do bairro foram obrigados a adotar um trajeto mais longo para sair de casa. “Para ir até o ponto de ônibus a gente anda um bom pedaço”, afirma o aposentado Elídio Costa, de 74 anos, que mora há 20 anos no bairro.

A confusão do endereçamento é tão grande que até o carteiro se perde. (Foto: Vanderlei Aparecido)
A confusão do endereçamento é tão grande que até o carteiro se perde. (Foto: Vanderlei Aparecido)

O Jardim Noroeste, conhecido por abrigar o complexo penitenciário, vem crescendo ao longo dos anos, no entanto, ainda tem muita gente que mora em áreas de comodato. “Precisamos de ajuda do poder público, queremos ter um mínimo de qualidade de vida, nós temos direito, pagamos por isso”, desabafa Jane.

Durante a reportagem a equipe do Campo Grande News flagrou um carteiro perdido nas ruas sem saídas do bairro. Resultado o carteiro teve que voltar para a central sem entregar a correspondência.

“Estou há meia hora procurando a rua Atibaia e não consigo localizar. Aqui o endereçamento é bem complicado”, disse o carteiro Sérgio Gonzaga, de 51 anos, que exerce há profissão há 27 anos.

A lei de 1992 é antiga, mas é clara em dizer que é proibido embaraçar ou impedir o trânsito de pedestre e veículos nas ruas, praças, calçadas, estradas e caminhos públicos.

A assessoria de imprensa informou que a situação informada pela reportagem será encaminhada para a Seintra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação).

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