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Capital

Baleado por guarda completa um mês internado e pai lamenta: “Está sofrendo”

Jonathan segue internado na UTI, em estado grave, mas estável, sedado e respirando com a ajuda de aparelhos

Viviane Oliveira | 09/05/2022 10:54
Movimento de policiais militares e de guardas civis no dia em que o rapaz foi baleado com tiro no peito dentro do condomínio. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Movimento de policiais militares e de guardas civis no dia em que o rapaz foi baleado com tiro no peito dentro do condomínio. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Nesta segunda-feira (dia 9), completa 1 mês que Jonathan da Silva Santos, de 18 anos, baleado no peito pela GCM (Guarda Civil Metropolitana), no Condomínio Rui Pimentel, na Avenida Marajoara, está internado na Santa Casa. “Está sofrendo, na UTI ainda, intubado”, lamentou o motorista José Roberto dos Santos, de 45 anos, pai da vítima.

O jovem tem deficiência mental e acabou ferido depois de um surto durante vistoria de rotina da equipe da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), acompanhada da Guarda Civil Metropolitana. O caso aconteceu no Jardim Centro Oeste, em Campo Grande.

Por telefone, José Roberto contou que o filho chegou a melhorar, foi para o quarto, mas retornou para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após contrair pneumonia e, na sequência, uma bactéria. “O guri está todo furado por causa do tratamento”, destacou. O rapaz fez traqueostomia, procedimento cirúrgico realizado para facilitar a chegada de ar até os pulmões.

Foto do rapaz quando teve melhora e foi para o quarto. (Foto: Arquivo familiar)
Foto do rapaz quando teve melhora e foi para o quarto. (Foto: Arquivo familiar)

Segundo a assessoria de imprensa da unidade, o paciente segue internado na UTI, em estado grave, mas estável, sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. O pai disse que as rotinas dele e da esposa mudaram completamente desde o dia do ocorrido.

As visitas são diariamente no fim da manhã e a família não tem dinheiro para pagar condução e ir todos os dias visitá-lo. “Ainda não tem previsão de alta. Ele deu uma piorada, não estava conseguindo respirar direito”, contou o pai. O casal tem outro filho, de 21 anos, que também tem deficiência mental.

Caso - No dia dos fatos, a Sedes (Secretária Especial de Segurança e Defesa Social) informou que, durante apoio à entrega de notificações de moradores do Condomínio Rui Pimentel, que estariam fazendo venda ilegal de imóveis no local, a GCM teve a viatura atacada pelo rapaz que portava uma faca estilo cutelo. Foi neste momento que os agentes desembarcaram e contiveram a agressão com um disparo em legítima defesa.

Desesperados e revoltados com a situação, moradores colocaram Jonathan dentro de um carro e o levaram às pressas para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, mas devido à gravidade do ferimento, Jonathan foi transferido à Santa Casa, onde continua internado.

Após o ocorrido, a GCM afastou das ruas a equipe que participou da ocorrência e abriu procedimento administrativo disciplinar para investigar a conduta dos servidores. Indagada se já tem resultado do procedimento, a assessoria de imprensa do órgão informou que "o processo ainda está em andamento".

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