Bom atendimento será arma contra agonia da espera em postos de saúde
Iniciativa já está sendo desenvolvida em UPAs e deverá ser estendida a todas as repartições.
Incentivar o respeito, a cordialidade, a paciência e o bom senso. Com essas prerrogativas, a Prefeitura de Campo Grande espera aprimorar o atendimento à população nas unidades básicas de saúde.
Para tanto, vai capacitar servidores municipais em acolhimento e humanização como "estratégia" para melhorar a prestação dos serviços de saúde, tentando organizar práticas concretas para que as questões dos usuários possam ser resolvidas de maneira mais imediata, integral e resolutiva.
Trata-se do programa “Acolhimento nos Serviços de Saúde aos Trabalhadores e Usuários do SUS”, que num primeiro momento está sendo implantado nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade. A iniciativa foi apresentada durante seminário na tarde desta quarta-feira (10), na sede do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande).
Coordenado pela Ouvidoria-Geral do município, o programa deverá capacitar todos os funcionários da área de saúde de Campo Grande, com total de 800 até o fim do ano.
Cerca de 20 servidores não necessariamente ligados à saúde já participaram do curso, além de 150 diretores de unidades básicas de saúde, gerentes de UPAs e chefes de equipe que estão em formação. Posteriormente, a capacitação será estendida para toda a equipe, como recepcionistas, médicos e enfermeiros.
"Na prática, queremos retirar das paredes de todas as unidades de saúde aquelas placas que alertam a população sobre as punições previstas em lei quando há desacato aos funcionários públicos no exercício da função ou em razão dela”, explicou o ouvidor-geral, Antônio Ueno.
"Para complementar as ações, no mês de julho será lançado o aplicativo 'Fala! Campo Grande' que vai interligar todas as secretarias para atender as demandas da população, como sugestões e reclamações", adiantou.
A meta é que o programa seja ampliado para CRS (Centros Regionais de Saúde) e UBS (Unidades Básicas de Saúde) com a esperança de que haja reflexo positivo para desafogar as principais unidades de atendimento 24 horas, especialmente os grandes hospitais de Campo Grande.
Também será adotado, futuramente, em todas as repartições públicas do município.
“Na nossa área, não se trata apenas de lidar com saúde, mas também da 'forma' como se lida com a questão. Essa metodologia de trabalho é uma estratégia para mostrar aos atendentes que a maneira como ele se relaciona com o paciente pode fazer toda a diferença para ambos”, pontuou o secretário municipal de saúde, Marcelo Vilela.
“Queremos mostrar que aqueles que se dirigem a um posto de saúde estão necessitando de atendimento, que o atendimento deve ser o mais generoso e carinhoso possível. A primeira impressão dentro de uma unidade de saúde é primordial. Se for atendido asperamente, quem está doente pode acabar piorando o estado. E o contrário também acontece. Carinho pode até curar”, disse durante a abertura do evento, o prefeito Marquinhos Trad (PSD).
O seminário contou com palestra proferida pelo médico sanitarista Fábio Luiz Alves, que destacou a importância do acolhimento também para os trabalhadores.
"A prática é uma possibilidade de garantir que os atendentes tenham todas as suas questões resolvidas e tecnologias disponíveis para garantir uma atenção qualificada. Deve-se mostrar a eles que os atendimentos devem ser menos burocráticos e mais centrados na atenção aos pacientes", esclareceu, complementando que o acolhimento está previsto na Política Nacional de Humanização.
O evento foi organizado pela Controladoria-Geral do Município (CGM), Funsat (Fundação Social do Trabalho), Egov (Divisão Escola de Governo) e secretarias de saúde e de governo e relações institucionais.
Atendimento em unidades de saúde - Em uma etapa inicial, cerca de 20 funcionários públicos já participaram do curso e estão atuando nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) Vila Almeida, Jardim Leblon, Coronel Antonino e Universitário.
O trabalho acontece diariamente, inclusive aos finais de semana e feriados, em escala que contempla os períodos matutino, vespertino e noturno, com 2 ou 3 pessoas por turno, dependendo da demanda de cada unidade. Os funcionários capacitados começaram a atuar no dia 28 de abril.
Nesse primeiro momento, o foco está voltado ao treinamento de servidores jovens, entre 19 e 29 anos. No vídeo abaixo, você confere como está sendo a experiência de Patrick Oliveira, 24 anos, servidor da Ouvidoria-Geral, que está atuando na UPA Coronel Antonino.
