Brookfield diz que parou obra em canteiro antes da chegada do MPT

A Brookfield Incorporações informou, em nota nesta quinta-feira, que já sabia das irregularidades da empreiteira J.N. Cantuário Instalações Hidráulicas e Elétricas, antes mesmo da notificação do MPT (Ministério Público do Trabalho). A construtora havia dado um prazo para a regularização e como não o grupo não acatou as medidas exigidas, o trabalho no canteiro de obras estava suspenso desde o último dia 15.
A empresa explica que foi a equipe de Segurança do Trabalho quem identificou a situação e que proibiu qualquer atividade até que fossem cumpridas as exigências. Nesta quinta-feira eles foram acionados pelo MPT para esclarecer a situação encontrada nesta quarta-feira, em um residencial do programa Minha Casa, Minha Vida, onde 16 trabalhadores foram flagrados vivendo em condições degradantes no Portal Caiobá, em Campo Grande.
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Ontem mesmo foi realizada uma audiência com três representantes da empresa para passar o que os peritos do trabalho encontraram no local. Os 16 trabalhadores estão sem receber salários e vivem em condições degradantes. Eles foram contratados pela empresa terceirizada JN, em Goiânia, mas vieram de diferentes estados, como Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás, com expectativa de ganhar em torno de R$ 2,5 mil mensais e após dois meses de trabalho, a empreiteira parou de pagar alegando que não estava recebendo da Brooskfield, dona do Residêncial Celina Martins Jallad, que é construído com recursos públicos.
Em nota, a Brookfield rebate dizendo que todos os pagamentos foram realizados dentro do prazo previsto em contrato e que não houve nenhuma parcela em atraso.
Os trabalhadores estão alojados em duas casas próximas à obra do Portal Caiobá, onde não há camas em quantidade suficiente, há pessoas dormindo em redes, os colchões disponíveis são inadequados, não foram fornecidas roupas de cama e não há condições de higiene. Eles foram dispensados pela empreiteira JN, mas estão sem receber salários e sem condições de sair dos alojamentos.
A empresa afirmou que localizou o empreiteiro responsável que se comprometeu a regularizar o pagamento dos funcionários e que cumpre as leis trabalhistas e as diretrizes estabelecidas pelas normas de medicina e segurança do trabalho e que busca promover constantes melhorias no ambiente de trabalho.
Uma nova audiência entre a empresa e o MPT será realizada nesta sexta-feira.

