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Capital

Camelôs lotam calçadas, lojistas reclamam e Prefeitura estuda saída

Prefeitura pediu até final de novembro para desenvolver ações para diminuir o problema

Bruna Pasche | 02/10/2018 14:40
Vendedores estão espalhados por toda a calçada da rua 14 de Julho. (Foto: Henrique Kawaminami).
Vendedores estão espalhados por toda a calçada da rua 14 de Julho. (Foto: Henrique Kawaminami).

As calçadas do centro de Campo Grande lotadas de bugigangas estão de volta. O cenário que até a crise da economia se agravar era coisa do passado, depois da criação em 1998, do Camelódromo, agora divide espaço com as portas de lojas e as pessoas, que em ziguezague, tentam caminhar em meio a miudezas expostas em caixotes ou suportes de madeiras. A Rua 14 de julho, entre Barão do Rio Branco e Dom Aquino, parece uma feira. Diante da situação, os comerciantes se manifestaram e a Prefeitura pediu prazo para resolver.

A opinião de que a proliferação de vendedores ambulantes nas portas das lojas atrapalha os negócios é unânime entre os comerciantes, que reclamam e não veem solução para o problema que cresce a cada dia. O funcionário das Casas Bahia localizada na rua 14 de Julho, entre a Avenida Afonso Pena e a rua Barão do Rio Branco, denunciou a situação, que para ele, afasta a clientela.

“Nós convivemos com isso há pelo menos um ano quando paramos de ver fiscalização aqui nas ruas. A verdade é que nunca era constante, mas esse ano eu não vi nenhum fiscal na rua ainda", observa. "Aqui na loja nós já pedimos, já tentamos conversar, mas não resolve. Eles são muito folgados a ponto de pegar um banco e ficar sentado dentro da nossa loja. Isso gera um incomodo tanto para a gente, quanto para os clientes, mas não sabemos o que fazer”, conta.

Pouco antes, em uma loja de telefonia, entre a 14 e a Afonso Pena, um "minicamelódromo". Na esquina, os carrinhos, caixotes e expositores estão para todos os lados. “É horrível porque eles não têm lugar fixo para ficar então acabam ficando na frente da nossa vitrine e anulando nossa fachada, assim as pessoas passam despercebidas, não conseguem enxergar os aparelhos", diz o gerente da empresa, Klisman Campuzano.

Esquina da empresa de telefonia é ponto de vendedores. (Foto: Henrique Kawaminami)
Esquina da empresa de telefonia é ponto de vendedores. (Foto: Henrique Kawaminami)

Um dos camelôs, que preferiu não se identificar, admitiu saber que a prática é ilegal. Diz que quer sair "rápido" das ruas. “Estou aqui há uns dois anos, quando fiquei desempregado. A gente sabe que não é o certo, mas é da onde tiro meu sustento e o da minha família. Eu mesmo já tive que sair correndo por conta de fiscalização, não é isso que eu quero, vou ficar só até achar outro serviço”.

Alguns comerciantes, diante da ausência da fiscalização, usam o mesmo instrumento dos camelôs para evitar que a faixada ou a frente de suas lojas “desapareçam”. Trechos de calçadas da Avenida Calógeras, no centro da cidade, viraram extensão das lojas, ocupadas por manequins que “vendem” roupas, calçados e outras mercadorias.

“É o jeito que a gente achou de expor nossa mercadoria para chamar a atenção de quem passa e tirar o espaço que eles estavam ocupando e de algum jeito afastando e desviando nossa clientela”, disse o gerente de uma loja da Calógeras, também sob o compromisso de não ser identificado.

Diretor da ACICG explica que o problema é social e que ambulantes também precisam de um espaço. (Foto: Henrique Kawaminami).
Diretor da ACICG explica que o problema é social e que ambulantes também precisam de um espaço. (Foto: Henrique Kawaminami).

Apelo - Conforme um dos diretores da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Nilson Carvalho, depois das reclamações começaram as negociações com a prefeitura. Para o diretor o problema é social. “A verdade é que essas pessoas não têm nenhuma oportunidade de crescer e sair dali e a maioria sustenta suas famílias assim, então é uma questão social bem complicada, precisamos de ações para amparar a todos que ajudam na economia porque eles também consomem nos nossos produtos”.

Ele argumenta que a presença dos ambulantes gera desconforto entre os lojistas e prejudica o negócio. “As vezes é porque vende algo parecido com seu produto, outras porque está na frente da sua loja tampando a visão dos pedestres, cada comerciante tem sua observação, mas a questão é que gera um incomodo geral entre eles”, disse Nilson.

A assessoria de imprensa da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que a secretaria está atuando junto com a Câmara de Vereadores, realizando reuniões entre eles e técnicos do município e ambulantes para encontrar uma alternativa ao problema.

Uma das saídas em discussão, como já afirmou o prefeito Marquinhos Trad (PSD) é encontrar novo local para a instalação da leva de camelôs surgida com a crise econômica do País, que não tem prazo para arrefecer.

Além disso, a prefeitura informou que fiscalizações ocorrem "de forma rotineira e por meio de denúncias". Segundo o texto, uma vez constatada a irregularidade são tomadas as medidas cabíveis ao caso, onde em algumas situações podem ocorrer até a apreensão da mercadoria e a autuação conforme Artigo 5º da Lei 2.909 que instituiu o Código de Policia Administrativa do Município de Campo Grande "é vedada a utilização dos logradouros públicos para atividades diversas daquelas permitidas neste código".

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