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Capital

Caminhoneiro é preso por uso de rebite após acidente na Capital

Nadyenka Castro | 11/05/2011 17:49

Caso de prisão é raro

O caminhoneiro Célio Pereira, 44 anos, foi preso por dirigir sob efeito de substâncias psicoativas após tombar com o veículo, no macroanel rodoviário, em Campo Grande.

Situações de prisão pela ingestão de medicamentos que deixam motoristas “ligados” são raras, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que não tem dados sobre os casos.

A prisão foi no dia 28 de abril após ele, que conduzia uma carreta bitrem, invadir a pista contrária, quase bater de frente com outro veículo e tombar no acostamento.

Exame clínico constatou “sinais compatíveis com a ingestão de medicamentos”, segundo o delegado Márcio Rogério Custódio, responsável pela autuação. Conforme a autoridade policial, Célio confessou inicialmente a ele que havia tomado remédio para não dormir.

Diante da confissão e do laudo clínico assinado por um médico, o qual verificou que o caminhoneiro estava no segundo estágio de sonolência, o delegado o autuou em flagrante. Ele apresentava sonolência e confusão mental.

Apesar de ter confessado que tomou remédio para não dormir, Célio falou depois que havia sido vítima do golpe boa noite cinderela. Golpe geralmente praticado por mulheres que dopam homens para tirar deles dinheiro e objetos de valor.

A versão do caminhoneiro não convenceu o delegado, o qual arbitrou fiança de R$ 1 mil. O valor foi pago pela empresa pela qual Célio estava trabalhando. Ele tinha saído de Rondonópolis, Mato Grosso, e seguia para Maringá, Paraná.

Caso a Justiça entenda que não há provas suficientes para condenar Célio por dirigir sob efeito de uso de substâncias psicoativas, ele pode ser ‘enquadrado’ por expor a perigo a vida de outras pessoas.

Ligadões- A PRF explica que é comum o uso de medicamentos por parte de caminhoneiros, no entanto, não tem números, e alega que mandá-los para a cadeia é raro, pois na maioria das vezes não há elementos suficientes para sustentar que de fato ingeriram “rebite”.

O nome é dado à mistura de medicamentos à base de anfetaminas com a cafeína, encontrada na Coca-cola e em energéticos. A combinação deixa a pessoa com mais energia e evita o sono.

Apesar de aparentar ser inofensiva, a combinação é perigosa, pois chega em um determinado momento que a pessoa dorme de olhos abertos, deixando a pessoa em um estágio de ‘briga contra a sonolência’. Sob estes efeitos, o motorista pode ter alucinações e causar acidentes.

Conforme a PRF o rebite é uma prática antiga utilizada para que a viagem termine mais rápido e os prazos determinados pelas empresas sejam seguidos à risca.

Comando de Saúde realizado nesta quarta-feira no Posto 21. (Foto: Divulgação)
Comando de Saúde realizado nesta quarta-feira no Posto 21. (Foto: Divulgação)

A maioria dos medicamentos é de venda proibida e são conseguidos pela importação ilegal. Com medo do efeito do rebite, os caminhoneiros mais novos estão ingerindo apenas o energético, cujo uso constante e por muito tempo é prejudicial à saúde.

Comando de Saúde- Para alertar os motoristas profissionais sobre os riscos de conduzir veículos sob efeito de drogas e também sobre outras condições de saúde, a PRF realiza o Comando de Saúde.

São policiais e profissionais da área de saúde que fazem exames clínicos e passam informações aos condutores de veículos.

Nesta quarta-feira o posto da PRF na BR-163, na Capital, conhecido como 21, foi local da ação. Outras duas estão programadas para este ano: 17 de agosto e 1º de dezembro.

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