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Capital

Campanha deste sábado desmistifica que LGBTs não podem doar sangue

Campanha no Hemosul serve para ajudar quem precisa e para fazer reparações históricas contra comunidade LGBT

Por Lucas Mamédio e Jéssica Fernandes | 18/05/2024 09:41
Gabrielly Antonietta, coordenadora do Centro Estadual de Cidadania LGBT, pousando com bandeira LGBT em frente ao Hemosul (Foto: Jéssica Fernandes)
Gabrielly Antonietta, coordenadora do Centro Estadual de Cidadania LGBT, pousando com bandeira LGBT em frente ao Hemosul (Foto: Jéssica Fernandes)

Uma campanha criada pela Subscretaria de Políticas Públicas para População LGBTQIA+ de Mato Grosso do Sul está levando várias pessoas da comunidade ao Hemosul para doar sangue neste sábado (18).

Além da ajuda a quem precisa, a ação é uma  vitória simbólica, já que o perfil dos doadores LGBTs era, historicamente, vedado de doar sangue. A mudança veio de uma conquista recente, por lei, entre 2020 e 2021.

“A gente está no maio da diversidade. Então a subsecretaria de políticas públicas para a população LGBT tem uma agenda bem intensa de programação, de enfrentamento, LGBTfobia”, explica Gabrielly Antonietta Lima da Silva , coordenadora do Centro Estadual de Cidadania LGBT

Marina Torres, coordenadora da Rede Hemosul também relembra o modo como os doadores LGBTs eram tratados. “É muito importante lembrar, por exemplo, que esse tipo de ação para essa categoria, vamos dizer assim, ela não é o motivo de inaptidão. Eles fazem uma triagem, mas não está relacionado a ser hétero ou LGBTQIA+, mas sim para o comportamento de risco, tanto para hétero como outra categoria. A orientação sexual não é motivo de inaptidão, é o comportamento de risco”.

Priscila Teruya, psicóloga, antes de doar sangue neste sábado (Foto: Jessica Fernandes)
Priscila Teruya, psicóloga, antes de doar sangue neste sábado (Foto: Jessica Fernandes)

Marina também reforça que a demanda constante de Mato Grosso do Sul por doação, porque temos alguns serviços que fazem coleta no interior, mas quando tem deficiência de alguma demanda, é o Hemossul que faz a reposição dos estoques. “Essas campanhas de ações que são realizadas no decorrer do ano são muito importantes para nós para que a gente possa realmente atender os pacientes que precisam”.

Já para Priscila Teruya, psicóloga de 40 anos, campanhas como essa ajudam a desmistificar a doação de pessoas LGBTQIA+. "Até um tempo atrás, homens que faziam sexo com homens ainda não podiam doar sangue. Só a partir de 2021, que as pessoas passaram a poder doar sangue. Então muita gente ainda não vem porque ainda tem essa informação errônea.

Até o momento, cerca de 60 pessoas doaram sangue. Não é possível saber quantos foram pela campanha porque nem todos assinam a lista. A ação aqui vai até 17h e a expectativa é que compareçam entre 30 a 50 pessoas no decorrer do dia.

Sala de espera do Hemosul neste sábado (18) (Foto: Jéssica Fernandes)
Sala de espera do Hemosul neste sábado (18) (Foto: Jéssica Fernandes)

Regras para doar

Ter entre 16 e 69 anos de idade, o menor de idade tem que vir acompanhado do pai ou responsável legal, estar em boas condições de saúde e também estar bem alimentado. Então não pode, não deve vir em jejum. O peso é 51 quilos no mínimo.

O tipo O positivo e o O negativo que são os estoques mais críticos, mas os outros tipos sanguíneos nós também recebemos, são bem-vindos, porque a plaquetas tem tempo de validade muito curto de cinco dias, então nós precisamos de todas as doações.

Conquista recente

Somente em 2020 que o STF (Superior Tribunal Federal) entendeu como inconstitucional o impedimento à doação de sangue por pessoas LGBT+.

Gabrielly Antonietta reforça que histórica é a trajetória de políticas públicas do Estado de Mato Grosso do Sul para a comunidade.

“Foi no dia 26 de maio de 2011 que ficou instituído o Dia Estadual de Combate à Homofobia, que é comemorado anualmente no dia 17 de maio. Então, o Mato Grosso do Sul, que tem sido referência em pensar políticas públicas para a população LGBTQIA + no País, não poderia deixar de celebrar a data com esta ação de cidadania”, completa.

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