Campo Grande terá exame que identifica risco genético de câncer de mama via SUS
Exames serão oferecidos pela Casa Rosa a partir do segundo semestre; ainda não há data exata para início

Campo Grande passará a oferecer, ainda neste segundo semestre, o exame genético para detecção de predisposição ao câncer de mama hereditário por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). A iniciativa será viabilizada pela Casa Rosa, unidade especializada em saúde da mulher, e colocará Mato Grosso do Sul entre os poucos estados do país a ofertar esse tipo de diagnóstico de forma gratuita.
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Atualmente, apenas Goiás e o Distrito Federal disponibilizam o exame de maneira sistematizada na rede pública. Com a novidade, a Casa Rosa se tornará a primeira unidade pública de Mato Grosso do Sul a oferecer o serviço, considerado essencial para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama e de ovário em mulheres com histórico familiar da doença.
O anúncio foi feito pelo vereador e médico mastologista Dr. Victor Rocha, que atua como voluntário na Casa Rosa. Ele explica que ainda não há uma data exata para o início, mas que a oferta será implantada ainda neste semestre. “Estamos em fase final de implantação para que o exame genético esteja disponível na Casa Rosa ainda neste segundo semestre. Será um marco para o SUS em nosso Estado, reforçando o compromisso com a prevenção e o cuidado integral”.
A coleta será feita na própria unidade, e o material enviado para São Paulo, onde será analisado por um laboratório especializado. A data de início dos atendimentos será divulgada em breve, após a finalização dos protocolos técnicos e capacitação das equipes envolvidas.
Segundo Dr. Victor, o exame permitirá identificar mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, associados a tumores mais agressivos e de aparecimento precoce. Em mulheres com alterações genéticas, o risco de desenvolver câncer de mama pode chegar a 84%.
Segundo ele, com o resultado, é possível definir estratégias de prevenção individualizadas, como cirurgias redutoras de risco ou rastreamento intensivo. “A gente tem indicações específicas: mulheres com diagnóstico de câncer de mama antes dos 45 anos, câncer bilateral, triplo negativo antes dos 60, câncer em homens ou câncer de ovário. Também entram no critério pacientes com parentes de primeiro grau com câncer precoce, histórico familiar forte ou mutações genéticas conhecidas na família”, explicou o Dr. Victor.
Quando o exame confirma a presença de mutações, o tratamento preventivo é definido por uma equipe multiprofissional. As alternativas incluem cirurgias redutoras de risco, como mastectomia e retirada dos ovários e trompas, rastreamento intensivo com exames de imagem a partir dos 30 anos e aconselhamento genético para os familiares.
“Esse exame pode mudar a história do câncer de mama familiar. De 90% a 95% dos casos são esporádicos, mas de 5% a 10% das mulheres têm alto risco genético. Para essas, conseguimos oferecer prevenção real e efetiva”, reforçou o mastologista.
Referência nacional - O projeto da Casa Rosa já é referência em todo o país. Em junho deste ano, foi destaque no Congresso Brasileiro de Mastologia 2025, realizado no Rio de Janeiro. Na ocasião, Dr. Victor apresentou o modelo de atendimento integrado da unidade como case de resolutividade no SUS.
Atualmente, a Casa Rosa reúne em um único espaço consultas especializadas, exames de imagem e biópsias. “Apresentamos um modelo que funciona na prática: a mulher chega com a suspeita e já sai com a condução do tratamento definida. A inclusão do exame genético reforça ainda mais essa capacidade de salvar vidas com eficiência e acolhimento”, destacou o médico.
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