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Capital

Cantora desaparecida há um mês pode ter deixado o esposo, diz delegado

Luciana Brazil | 21/05/2012 11:39
Sentado no para-choque do carro, o companheiro se diz desesperado com o sumiço de Liz. (Foto:Minamar Júnior)
Sentado no para-choque do carro, o companheiro se diz desesperado com o sumiço de Liz. (Foto:Minamar Júnior)

Ainda sem novidade nas investigações, o delegado Edílson dos Santos, titular da Delegacia de Repressão a Homicídios de Campo Grande, afirmou na manhã desta segunda-feira (21), que possivelmente a cantora Elisange Eugênio, 35 anos, desaparecida há quase um mês, pode ter abandonado o esposo. “Tudo indica que ela deixou o marido”, afirmou.

Cinco pessoas já foram ouvidas durante as investigações. Segundo o delegado, nenhuma situação foi descartada e todas as possibilidades estão sendo apurada.

O esposo Waner Gonçalves, 50 anos, cheio de expectativa em reencontrar a companheira, afirmou convicto que seria melhor que Elisange tivesse realmente o deixado, ao invés de ter sofrido algo de ruim. Sem saber sobre a desconfiança policial, Waner revelou seu desejo. “Eu preferia saber que ela me trocou por um garotão mais novo, mais bonito e rico, mas que estivesse bem”.

Na manhã de hoje, Waner foi a Depac (Delegacia de Pronto-Atendimento Comunitário), do bairro Piratininga, a pedido da investigadora Maria Campos, que também apura o caso. Lá, ele contou como era sua relação com Elisange e disse que não faz ideia do que pode ter acontecido. “Nós vivíamos bem. Ela era uma pessoa muito íntegra. Eu não entendo”.

Elisange, Liz, como era conhecida artisticamente, desapareceu no dia 26 de abril, quinta-feira, por volta de 21 horas. Ela foi vista pela última vez no Hotel Renascer, no centro de Campo Grande, nas proximidades da antiga rodoviária, onde o casal estava hospedado há um ano. A despesa das diárias, no valor de R$ 35, começou a acumular no fim do ano passado, em meados de dezembro, segundo Waner. À época em que Liz desapareceu, a dívida era de aproximadamente R$700.

Na noite do desaparecimento, o casal teria discutido sobre a dívida do hotel e Liz teria pegado quatro CD’s, os últimos que restavam, e disse que iria tentar resolver o assunto. “Os CD’s eram vendidos por R$10. E ela sempre vendia em alguns pontos da avenida Afonso Pena”. Ela deveria ter começado a vender em uma lanchonete próxima ao hotel, mas segundo Waner, ela nem passou por lá naquela noite.

Logo depois do sumiço da companheira, Waner acreditava que a dívida com o hotel poderia ter motivado uma possível fuga. Segundo ele, esse foi um dos motivos para explicar a demorar no registro do Boletim de Ocorrência, que só foi feito no dia 1° de maio, cinco dias após o desaparecimento.

Segundo o delegado Edílson, 95% dos casos de desaparecimento são resolvidos, independente do desfecho. De acordo com a Polícia Civil, informações apuradas junto ao hotel dão conta de que o casal brigava constantemente. O hotel informou também que a dívida chegou a R$800, refernte a 22 diárias.

Campanheiro segura banner de Liz na delegacia. (Foto: Arquivo- João Garrigó)
Campanheiro segura banner de Liz na delegacia. (Foto: Arquivo- João Garrigó)

Relacionamento: De acordo com os relatos de Waner, o casal se conheceu logo depois que Liz deixou o convento. Vizinhos de quarto em uma república, os dois se apaixonaram e começaram a viver juntos. “Ela canta muito. Tem uma voz suave, muito suave. A gente pode passar a noite inteira ouvindo a voz dela e não cansa”, declarou.

“Nós dois nos dávamos muito bem. Ela me chamava de Wa. Ela não tinha frescura de ciúme. Eu poderia estar conversando com várias mulheres, ela chegava numa boa, pedia licença. Ela é muito tranqüila”.

História: Nasceu no Paraná, mas ainda pequena Liz foi morar em Marcelândia (MT). Aos 12 anos, pediu aos pais para morar em um convento, na cidade de Colider (MT). Porém, aos 11 anos já tinha ganhado um festival como cantora.

Segundo Waner, Liz é musicista de formação e deu aula durante anos em uma escola de Cuiabá, onde foi morar após deixar o convento. Com quatro CD’s gravados, Liz é uma cantora intérprete, sem composições próprias. Byafra, Zé Ramalho e Peninha estavam entre os seus artistas preferidos.

Waner afirmou que durante todo o tempo em que estiveram hospedados em Campo Grande, cerca de 4 mil CD’s foram vendidos. Antes de pernoitar na cidade, o casal viajou por vários estados, entre eles Bahia e Minas Gerais.

Os dois se sustentava com o dinheiro das apresentações de Liz. Waner contou que foi motorista de ônibus durante 24 anos, agora está morando na casa da mãe a espera de alguma notícia.

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