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Capital

Casal enfrenta equipe da prefeitura e impede destruição de casa

Família fica em frente e impede prefeitura de derrubar barraco

Lidiane Kober | 06/03/2014 18:49
A pequena casa fica na mesma linha de outras, supostamente legais por estarem construídas em área de sobra de terreno (Foto: Cleber Gellio)
A pequena casa fica na mesma linha de outras, supostamente legais por estarem construídas em área de sobra de terreno (Foto: Cleber Gellio)

Sem ter para onde ir, o casal Lidiane Mendes Torres, 21 anos, e João Filho dos Santos, 24, não arredou o pé e impediu, na tarde desta quinta-feira (6), equipe da Prefeitura de Campo Grande de derrubar barraco de duas peças, construído em terreno na Rua Carriça, no Bairro Colibri, na saída para São Paulo.

Prestes a ganhar o primeiro filho, Lidiane e seu marido decidiram construir a pequena casa para dar um lar à criança. “Minha família mora na região há 30 anos e ninguém nunca os expulsou dali”, comentou a jovem.

“Era tudo mato, depósito de lixo e até moto roubada encontramos quando limpamos o terreno. Vão derrubar o nosso barraco e deixar o mato crescer de novo?”, indagou João, inconformado.

Com doações da família e de amigos, eles fizeram mutirão e conseguiram material para levantar a pequena casa. Agora, no entanto, a prefeitura, após denúncia, alega que parte do barraco ocupa área pública.

“Não vamos deixar destruir nosso sonho”, avisou João. Com esse propósito, ele, sua esposa e familiares ficaram em frente ao barraco e impediram a ação da prefeitura, que foi ao endereço com uma patrola, um trator, seis guardas municipais e uma assistente social.

De acordo com Lidiane, o barraco fica na mesma linha de outras duas residências. “Então, não vale a alegação de que as outras casas ocupam resto de terreno e a nossa não”, frisou. Mesmo assim, a assistente social da prefeitura convidou o casal a morar em abrigo e deixar a área.

“Ela disse para a gente se inscrever na Emha (Agência Municipal de Habitação). O problema é passar pelo o que a maioria passa. Minha sogra, por exemplo, tem cadastro desde 2002 e até agora não conseguiu nada”, comentou João.

Ele até aceitaria negociar e pagar preço de mercado pela suposta área ocupada. “Só quero uma casa para receber meu filho. Se não resolverem meu problema, não deixo meu barraco”, declarou.

João fotografou a equipe da prefeitura em ação para derrubar sua casa (Foto: Cleber Gellio)
João fotografou a equipe da prefeitura em ação para derrubar sua casa (Foto: Cleber Gellio)
Barraco foi construído graças a doações de familiares e amigos do casal (Foto: Cleber Gellio)
Barraco foi construído graças a doações de familiares e amigos do casal (Foto: Cleber Gellio)
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