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Capital

Com 200 profissionais selecionados, falta custeio ao Hospital do Trauma

Unidade entregue em março depende de R$ 10,1 milhões para operar

Kleber Clajus | 05/06/2018 10:57
Salas cirúrgicas estão prontas e equipadas, mas dependem de financiamento para operar (Foto: Saul Schramm)
Salas cirúrgicas estão prontas e equipadas, mas dependem de financiamento para operar (Foto: Saul Schramm)

A unidade do trauma da Santa Casa de Campo Grande deveria operar há um mês, contudo ausência de repasse financeiro adicional mantém salas de cirurgias e leitos vazios, além de 200 profissionais em espera pela contratação. Há a expectativa de solução em junho para a demanda de R$ 10,1 milhões extras entre repasses federais, estaduais e municipais.

Em março, a estrutura conhecida como "Hospital do Trauma" teve promessa de repasse de R$ 6,2 milhões do Ministério da Saúde. Ricardo Barros (PP) era o ministro à época, porém deixou o cargo para disputar as eleições. Seu sucessor, Gilberto Occhi (PP), teve que dar andamento ao pacto firmado na inauguração da unidade que ainda não abriu as portas.

Com o repasse federal, conforme o presidente da ABCG (Associação Beneficente Campo Grande) Esacheu Nascimento, outros R$ 3,9 milhões devem ser transferidos pelo governo estadual e a Prefeitura de Campo Grande, para manutenção dos serviços de média e alta complexidade em ortopedia voltados a pacientes politraumatizados.

"Dependo hoje do contrato e estamos há 60 dias negociando em Brasília (DF). Houve um atraso porque nas últimas semanas o ministério priorizou o desabastecimento [de insumos] com a greve dos caminhoneiros. Espero que nos próximos dias seja concluído o processo", disse Esacheu, que tem 200 profissionais selecionados para atuar na unidade do trauma. 

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Coimbra, reforçou expectativa de que as operações iniciem ainda neste mês. "Estamos aguardando a liberação do repasse e temos prevista uma visita do secretário-executivo do ministério [Antonio Carlos Nardi] no dia 11 de junho", revelou Coimbra. "O hospital está pronto e com seus equipamentos instalados".

Repasse extra do Estado é de pelo menos R$ 2 milhões, sendo o restante da prefeitura da Capital. Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) pontuou que "ainda não houve nenhuma sinalização concreta para tanto", contudo está aberto a negociar por ser "o maior interessado no pleno funcionamento da unidade que irá propiciar maior oferta de vagas".

Mediante o envio de recursos adicionais, uma vez que o contrato com a Santa Casa será único, o financiamento de custeio da unidade hospitalar passará a R$ 29,5 milhões por mês.

Unidade - Anexo a Santa Casa, o Hospital do Trauma teve obras retomadas em junho de 2016. Foram quase 20 anos até que sua estrutura fosse concluída para oferta de 100 leitos de internação, 10 UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), cinco salas cirúrgicas, duas para pequenos procedimentos, três para observação com 15 leitos, além de outras dedicadas a odontologia, radiologia, fisioterapia, reabilitação e consultórios. Existe ainda uma área para recebimento de ambulâncias e estacionamento. 

"Nossa parte nós fizemos", declarou Esacheu Nascimento, que pontuou estarem prontas a operar as salas cirúrgicas, leitos de observação e UTI. Há, em paralelo, demanda também para a compra de novo equipamento de raio-X e tomografia, mas isso não deve afetar as operações, uma vez que o setor de imagem já existente na Santa Casa será utilizado até a compra dos mesmos por meio de convênio com o Ministério da Saúde.

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