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Capital

Com 66 medicamentos quase “zerados” estoques devem durar 7 dias, diz Santa Casa

Nesta sexta-feira (28) o hospital suspendeu as cirurgias de emergência e restringiu os atendimentos no pronto-socorro

Adriano Fernandes e Lucia Morel | 28/08/2020 22:22
Atracúrio, fármaco usado para substituir outro medicamento que está em falta no hospital. (Foto: Divulgação)
Atracúrio, fármaco usado para substituir outro medicamento que está em falta no hospital. (Foto: Divulgação)

Com 66 tipos de medicamentos praticamente “zerados”, a Santa Casa de Campo Grande estima que o estoque de alguns deles, devem durar até no máximo setes dias. Nesta sexta-feira (28) o hospital suspendeu as cirurgias de emergência para casos que não sejam graves e também restringiu os atendimentos no pronto-socorro devido a falta de materiais e medicamentos para atender os pacientes.

Medicamentos como o Rocurônio, utilizado para facilitar a intubação de pacientes, (procedimento necessário em casos de pacientes em estado grave com covid-19), já está sendo substituído por outro fármaco com efeito semelhante, o Atracúrio, mas que também será o suficiente por apenas duas semanas.

Ainda conforme o hospital, há vários meses, a liberação dos medicamentos mais críticos estava sendo restrita somente para Centro cirúrgico, CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e Pronto-socorro. Diante da situação a unidade reafirmou que pode parar os serviços nestes setores caso não haja reabastecimento. Outra estratégia adotado tem sido o empréstimo entre hospitais, o que tem sido cada vez mais difícil por conta da falta desses medicamentos no mercado farmacêutico.

A distribuição interna dos medicamentos na Santa Casa é feita para as “farmácias satélites”, localizadas nos setores assistenciais do hospital. Ainda há, nessas farmácias, um quantitativo mínimo desses medicamentos que estão sendo racionados, na medida do possível, para os casos em que não há possibilidade de substituição do medicamento no tratamento do paciente.

A Santa Casa compra a maior parte dos medicamentos, mas durante a pandemia, também recebeu algumas doações da SES (Secretaria de Estado de Saúde) que, no entanto, não são suficientes para aliviar a pressão nos estoques. É também insuficiente, diante da grande demanda do hospital, as pequenas remessas enviadas pelos fornecedores quando há disponibilidade do medicamento no mercado.

A morfina é um dos poucos medicamentos que há previsão de reabastecimento na segunda-feira (31). Contudo, ainda conforme apurado, a unidade tem tentado pegar emprestados alguns medicamentos com outros hospitais para o atendimento de final de semana.

Suspensão - A unidade anunciou a suspensão dos atendimentos, para evitar que pacientes já internados deixem de ter assistência adequada, segundo a entidade, que é mantida pela ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande). Em resposta a medida a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que não há justificativa para a suspensão de cirurgias e redução de atendimentos do pronto-socorro da Santa Casa.


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