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Capital

Com 68% de aumento de registros, sífilis será tema de seminário na Capital

Paulo Nonato de Souza | 13/12/2017 11:23
Em Mato Grosso do Sul, o número de casos quase dobrou em dois anos, e estado enfrenta epidemia de sífilis, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Foto: SES?Divulgação)
Em Mato Grosso do Sul, o número de casos quase dobrou em dois anos, e estado enfrenta epidemia de sífilis, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Foto: SES?Divulgação)

A sífilis, uma doença que não escolhe idade, sexo ou classe social, transmitida pela bactéria treponema pallidum, principalmente por via sexual, mas também da mãe para o filho, durante a gravidez, será tema de um seminário amanhã e sexta-feira, no auditório da ABO/MS (Associação Brasileira de Odontologia), em Campo Grande.

Dados do Ministério da Saúde revelam que o Brasil enfrenta uma epidemia da doença. Em cinco anos, os casos detectados aumentar 5.000%. Em 2010, foram notificados 1.249 casos de sífilis adquirida, a que se pega através da relação sexual sem camisinha. Em 2015, esses números saltaram para 65.878.

Em Mato Grosso do Sul, o número de casos quase dobrou em dois anos. Em 2016, foram notificados 1.408 casos de sífilis adquirida. Já nesse ano, até 30 de novembro, o número subiu para 2.374 casos, com aumento de 68,6%. "A epidemia se deve principalmente à mudança de comportamento da população, como o não uso do preservativo", disse a gerente do Programa Estadual IST/AIDS da Secretaria Estadual de Saúde, Danielle Martins.

Promovido pela Secretaria Estadual de Saúde, o 1º Seminário Estadual de Enfrentamento da Sífilis em Mato Grosso do Sul pretende redirecionar a linha de cuidado dos pacientes com sífilis na rede pública de Atenção Básica, além de discutir o papel da Vigilância Epidemiológica.

A doença de sífilis pode ser diagnosticada por meio de exame de sangue comum (Foto: SES/Divulgação)
A doença de sífilis pode ser diagnosticada por meio de exame de sangue comum (Foto: SES/Divulgação)

“A população deixou de usar o preservativo e doença evoluiu, houve um crescimento exponencial e não reflete apenas na sífilis, mas também em outras doenças sexualmente transmissíveis”, explicou Danielle. Segundo ela, outro episódio pontual que pode ter ajudado a concretizar a epidemia no Brasil. “Em 2015, houve escassez da penicilina benzatina, o medicamento que proporciona os melhores resultados no tratamento e cura da doença, explicou.

Nota divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde diz que Mato Grosso do Sul apresenta pela quarta vez consecutiva o maior índice de infestação da sífilis em gestante. Em 2016, foram notificados 1.185 casos de sífilis congênita. Já em 2017, até 30 de novembro, são 1.336 notificações.

Segundo Danielle, a sífilis congênita acomete os fetos quando tratamento realizado na paciente gestante ou no indivíduo (parceiro) com sífilis adquirida não apresentou resultados satisfatórios e acaba afetando o bebê. A sífilis congênita é quando acontece a transmissão vertical, de mãe para filho.

A faixa etária mais afetada pela sífilis vai de 21 a 35 anos de idade, em uma população economicamente e sexualmente ativa. A doença pode matar, mas tem cura se diagnosticada precocemente. Além de ser diagnosticada pelos sintomas, a sífilis pode ser descoberta por meio de exame de sangue comum.

De acordo com infectologistas, o tratamento é rápido. No caso da sífilis primária, uma única dose de penicilina benzatina intramuscular já é o suficiente para a cura.

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