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Capital

Com bens bloqueados, agência diz que não tem como devolver dinheiro

Helton Verão | 16/06/2014 17:44
Sócios demonstram disposição para compensar clientes e explicam que foram vítima do golpe também (Foto: Marcelo Victor)
Sócios demonstram disposição para compensar clientes e explicam que foram vítima do golpe também (Foto: Marcelo Victor)

Os sócios da empresa Coelho & Neto, que acabou deixando na mão vários sul-mato-grossenses que queriam assistir a Copa do Mundo, ao comercializar as “promessas” de ingressos junto com pacotes de viagem acertados com a empresa carioca DMX Tours, revelam que não conseguiram devolver o dinheiro dos clientes. Eles dizem que o bloqueio dos bens deles dificulta o reembolso dos clientes lesados.

Lívia Maymone Coelho Neto, 32 anos e Carlos Iracy Coelho Neto, 54 anos, contaram o drama que estão vivendo. “Ao todo foram R$ 460 mil, não temos condições de reembolsar imediatamente, mas vamos trabalhar para isso. Da comissão, foram R$ 60 mil, está mais fácil para devolvermos esta parte, mas agora aconteceu o bloqueio dos nossos bens”, lamenta Carlos.

O juiz 9ª Vara Cível de Campo Grande, Maurício Petrauski bloqueou hoje (16) parte dos bens de Lívia e Carlos. “A prova que estamos querendo colaborar, é que estamos aqui conversando com vocês, temos endereço fixo, moramos aqui desde que nascemos e nunca abandonaríamos nossa terra”, ressalta o sócio.

Os sócios revelam que muitos parentes, amigos e até eles pagaram a DMX Tours para ir à Copa do Mundo. “Meu pai, irmãos, primos tios e até o Carlos também pagou para ir e todos acabaram no prejuízo”, aponta Lívia.

Os representantes do Coelho & Neto creem que a DMX prometeu mais do que estava ao seu alcance e acabou se complicando. “Sinto que eles tentaram abraçar o mundo, e não conseguiram cumprir todas as demandas. A prova que antes tinham credibilidade, é que compramos os pacotes da Copa das Confederações e do Rock In Rio, com eles e foi tudo bem. No histórico deles consta que estão há 25 anos no mercado, não sabemos por que falharam agora”, comenta Lívia.

Para eles o acontecido comprometeu a reputação da empresa, que teve clientes que adquiriram pacotes para outros lugares a desconfiarem e um até pediu o dinheiro de volta. “Um cliente que ia para a Argentina, nada a ver com a Copa pediu o dinheiro. Mas ganhamos força de vários outros clientes que estão em viagem e ligaram para agradecer e nos dar força”, aponta a proprietária.

A promessa dos sócios é trabalhar para compensar todos os clientes lesados e contornar a situação. “Não sei como vai ser o futuro da empresa, mas nem que leve 50 anos, mas vamos compensar todos os clientes do ocorrido. Temos noção que isso comprometeu muito a reputação da empresa”, promete Carlos.

Em Mato Grosso do Sul, além da Coelho e Neto, outras duas agências também firmaram parceria com a Ares Viagens e Turismo e Mundo Afora. No total, 422 pessoas foram lesadas na fraude no Estado. O prejuízo passa dos R$ 1,4 milhão.

As agências Mundo Afora e Ares Viagens e Turismo se comprometeram a reembolsar os clientes. Já a Coelho & Neto entrou na Justiça para tentar reaver o dinheiro repassado à empresa DMX.

A investigação está sendo coordenadas pela Decon (Delegacia do Consumidor) do Rio de Janeiro, onde a empresa fica sediada a DMX. No Paraná torcedores também foram vítimas da fraude. A Justiça daquele Estado determinou o bloqueio dos bens do proprietário da agência carioca, Fábio Esperança Lemos Cajuhy.

Em sua página na internet, a DMX lamentou o ocorrido. “A DMX Tours informa aos clientes e parceiros que lamenta o transtorno ocorrido recentemente referente a venda de pacotes para Copa do Mundo no Brasil e quer tranquiliza-los comunicando que seu departamento jurídico está tomando as devidas providências para que todos que se sentiram lesados serem ressarcidos dos seus investimentos”, consta o comunicado.

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