ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Com falta de médicos, socorro de vítimas do trânsito fica mais demorado

Viviane Oliveira e Marcus Moura | 03/04/2017 10:51
Bombeiros socorrem criança de 12 anos, que sofreu acidente nesta manhã (Foto: André Bittar)
Bombeiros socorrem criança de 12 anos, que sofreu acidente nesta manhã (Foto: André Bittar)

A falta de pediatras em UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e a superlotação em hospitais públicos afetam até quem é socorrido pelo Corpo de Bombeiros e precisa de atendimento médico emergencial. Um problema recorrente é que, por falta de vaga em uma unidade próxima, o resgate precisa rodar mais que o dobro para socorrer vítimas.

Na manhã desta segunda-feira (3), por exemplo, o Corpo de Bombeiros teve que percorrer 11 km a mais com uma criança atropelada para conseguir atendimento médico.

O acidente ocorreu na Rua Mansour Contar, no Jardim Los Angeles, que fica na saída para São Paulo. Um menino de 12 anos seguia de bicicleta para a Escola Municipal Valdete Rosa da Silva, quando foi atingido por um Gol, conduzido por um encarregado de obras de 40 anos, que pediu para não ter o nome divulgado.

No local não há sinalização vertical e horizontal, mas testemunhas afirmam que a colisão ocorreu porque o condutor foi desviar de um buraco, invadiu a pista contrária e acabou atingindo a criança. O estudante sofreu trauma na cabeça e vários ferimentos pelo Corpo. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros.

Como não tinha pediatra na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, que fica a 7 km do local do acidente, a equipe de socorristas teve que levar a vítima para a UPA Coronel Antonino e percorrer 18 km, ou seja 11 km a mais em busca de socorro, o que fatalmente faz o socorro demorar mais tempo.

Trajeto de pelo menos meia hora em um veículo normal. Esta não é a primeira vez que ambulâncias da Capital percorrem a cidade em busca de atendimento para os pacientes socorridos nas ruas.

A assessoria de Imprensa do Corpo de Bombeiros informou que o deslocamento da ambulância depende da Central de Regulação feita pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Independente da distância do ocorrido, o paciente é levado para unidade onde tem vaga e médico. 

Socorristas mobilizam a vítima que sofreu lesão na cabeça (Foto: André Bittar)
Socorristas mobilizam a vítima que sofreu lesão na cabeça (Foto: André Bittar)

Problema crônico - Em nota, a Prefeitura informou que nesta segunda-feira o atendimento pediátrico está concentrado em duas unidades: UPA Coronel Antonino e UPA Vila Almeida, onde dez profissionais estão de plantão, sendo cinco em cada unidade.

“Como é procedimento padrão, os bombeiros encaminham a vítima para a unidade mais próxima que dispõe de atendimento. Quanto à falta de profissionais nas demais unidades, o problema é crônico e a atual gestão vem buscado alternativas para melhorar as escalas, principalmente nos períodos matutino e vespertino”, diz o texto.

Conforme a Prefeitura, ainda neste mês, 14 profissionais que passaram no concurso e foram chamados devem reforçar o atendimento e, paralelamente, a Secretária Municipal de Saúde estuda conceder gratificação para atrair pediatras, pois a maioria prefere estar nos consultórios e hospitais particulares.

Lotação - Lotada, a Santa Casa também não está recebendo pacientes infantis. Segundo a assessoria de imprensa, ontem o setor pediátrico da unidade operou com 100% a mais que a capacidade, improvisando leito com respirador portátil.

Nos siga no Google Notícias