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Com parabéns da Xuxa e bolo, lojistas fazem protesto por 3 anos sem parquímetros

Serviço está suspenso desde março de 2022 e edital de nova concessão ainda não foi lançado

Por Mylena Fraiha e Raíssa Rojas | 10/09/2025 09:47
Com parabéns da Xuxa e bolo, lojistas fazem protesto por 3 anos sem parquímetros
Bolo de aniversário é colocado na calçada da Rua 14 de Julho, no Centro, em protesto contra os 43 meses sem estacionamento rotativo (Foto: Marcos Maluf).

Ao som de “Parabéns da Xuxa” e com direito a bolo, lojistas do centro de Campo Grande protestaram, na manhã desta quarta-feira (10), contra a demora da Prefeitura em retomar o sistema de estacionamento rotativo. A concessão do serviço está suspensa há 3 anos e 7 meses, desde o fim do contrato com a Metropark Administradora Ltda. (Flexpark), em março de 2022.

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Lojistas de Campo Grande protestam contra a demora na retomada do sistema de estacionamento rotativo, que está suspenso há 43 meses. Com bolo e a música "Parabéns da Xuxa", os comerciantes reivindicam a realização da licitação do serviço, alegando prejuízos devido à falta de vagas. A ausência de parquímetros, segundo os lojistas, reduziu a circulação de clientes no centro da cidade, agravando a crise no comércio local. Além da dificuldade de estacionamento, os manifestantes apontam outros problemas, como insegurança e aumento da população em situação de rua. A Prefeitura ainda não se manifestou sobre o andamento do processo licitatório.

A manifestação, organizada pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), começou às 8h30, na esquina da Rua 14 de Julho com a Rua Barão do Rio Branco. Cerca de dez comerciantes participaram do ato, que chamou a atenção de quem passava pelo local. Além do bolo de quatro leites e ameixa, teve caixa de som, coro de parabéns e até a versão cantada por Xuxa, em tom de ironia.

Segundo os lojistas, a ausência de parquímetros deixou o centro ainda menos atrativo para consumidores. O presidente da CDL, Adelaido Vila, afirmou que a demora na licitação tem provocado perdas no comércio.

“Estamos há 43 meses aguardando a Prefeitura fazer um processo licitatório que é fundamental para a sobrevivência do varejo aqui da área central. O cliente hoje não tem onde estacionar. Perdemos, nos últimos anos, mais de 800 vagas junto com a reforma e as mudanças de trânsito. Isso afastou o consumidor, que, lamentavelmente, acaba passando e não ficando”, disse Adelaido.

Ele também lembrou que, além da dificuldade para estacionar, o centro enfrenta outros problemas, como insegurança, furtos e o aumento da população em situação de rua. “Se não conseguimos preservar nem uma estátua de 300 quilos, que foi roubada e sobre a qual ninguém deu explicações, imagine a preocupação com quem vive e trabalha aqui”, completou.

Com parabéns da Xuxa e bolo, lojistas fazem protesto por 3 anos sem parquímetros
Lojistas cantam "parabéns" em protesto feito na Rua 14 de Julho (Foto: Marcos Maluf).

Perda de clientes — Para os comerciantes, a falta de vagas rotativas impacta diretamente a circulação de clientes. A gerente de uma loja de cosméticos na Rua 14 de Julho, Sirlei Mariotti, de 52 anos, relata que muitos consumidores deixam de ir ao centro pela dificuldade de estacionar.

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Sirlei diz que muitos consumidores deixam de ir ao centro pela dificuldade de estacionar (Foto: Marcos Maluf).

“Os clientes ficam sem lugar e não gostam de andar, ainda mais no calor. Às vezes compram galões e produtos pesados e precisam carregar longe. Já cheguei a emprestar carrinho para ajudar. Muitos reclamam e preferem ir ao shopping, onde o acesso é mais fácil. Eles pagariam pelo Flexpark, mas teriam essa comodidade”, afirmou Sirlei.

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Lademir diz que próprios lojistas ocupam as poucas vagas disponíveis (Foto: Marcos Maluf).

Já o comerciante Lademir Dalle, de 61 anos, dono da rede Prisma, lembra que até os próprios lojistas ocupam as poucas vagas disponíveis. “Infelizmente, vendedores, gerentes e até donos colocam o carro de manhã e só tiram à noite. Isso tira a rotatividade.”

Lademir também nota que houve diminuição na circulação de clientes. “Eu acredito que, no mínimo, perdemos 15% do movimento. Estacionamento conveniado não resolve: a solução é o rotativo”, argumentou.

Com parabéns da Xuxa e bolo, lojistas fazem protesto por 3 anos sem parquímetros
Ricardo apontou que outro problema é a falta de segurança na região (Foto: Marcos Maluf).

Outro empresário, Ricardo Alexandre Guimarães, de 50 anos, proprietário da loja de roupas Yank Young, afirmou que a queda no faturamento é expressiva. “Hoje não trabalhamos nem com metade da metade que tínhamos. Só de 2024 para 2025 já percebi queda de 32%. No shopping ainda consigo segurar, mas no centro a situação é grave.”

Ele também apontou que outro problema é a falta de segurança na região. “Tive que investir em segurança particular e monitoramento, quando isso deveria ser função do poder público”, disse Ricardo.

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Vagas de estacionamento totalmente ocupadas na Rua Barão do Rio Branco, no centro da Capital (Foto: Marcos Maluf).

Licitação parada - Em abril do ano passado, a prefeita Adriane Lopes (PP) sancionou a lei que autoriza a nova concessão do serviço à iniciativa privada. O texto prevê a instalação de até 6,2 mil parquímetros, com possibilidade de ampliação para outros bairros, desde que haja concordância de moradores e comerciantes.

Já neste ano, a Prefeitura havia anunciado que o edital para a nova concessão seria lançado em 29 de agosto, durante as comemorações dos 126 anos da cidade. No entanto, o evento foi cancelado e não há nova previsão para o certame.

A reportagem questionou a Prefeitura sobre o andamento do processo licitatório, mas até agora não obteve resposta sobre prazos. Em nota, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) apenas informou que o projeto do estacionamento rotativo na região central de Campo Grande "está em fase final dos estudos técnicos".

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