Com preço altísssimo, secretário vai à Câmara discutir respiradores
Titular da Secretaria Municipal de Saúde afirma que está em "encruzilhada" ao se deparar com valor de US$ 40 mil por aparelho

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, vai à Câmara de Vereadores na quarta-feira (27) apresentar a Comissão de Saúde o orçamento de respiradores e debater quais medidas devem ser tomadas no combate ao novo coronavírus em caso de colapso.
Orçamento feito em parceria com a ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), na tentativa de importar respiradores, apresentou valores de até US$ 40 mil, cerca de R$ 226 mil, enquanto o preço comum era de R$ 30 mil.
“Hoje não conseguimos comprar respirador. Tem que importar ou comprar de fornecedores a pronta entrega, mas o preço está alto”, afirma.
O secretário reconhece que a situação ainda é confortável, mas a flexibilidade e, principalmente, o comportamento da população em relação ao isolamento social, podem fazer o município entrar em colapso. “As pessoas não estão entendendo. Acham que está controlado e não está. Percebemos uma série de movimentação de rua”, diz.
“É provável que [Campo Grande] não receba [os respiradores do Ministério da Saúde]. Vão para centros de maior necessidade. Isso dificulta nossa estratégia. Vou apresentar essas situações. Estamos numa encruzilhada. Ou compra, com 17% de ocupação de leitos. Vou falar que não precisa comprar respiradores [agora], como vou comprar o preço do dobro do normal?”, questiona.
O secretário de Saúde explica que o município tem trabalhado com matemáticos e epidemiologistas, traçando perspectivas de cenários que envolvem aumento no número de leitos ocupados. “Nos dá um prazo para nossa estrutura não entrar em colapso”.
Campo Grande registrou até o momento 126 casos da covid-19, o maior número do Estado. Foram duas mortes confirmadas. Outro caso está sob investigação.