Confusão em pronto-socorro termina com médico preso por bombeiros

Um médico clínico-geral de 32 anos foi preso por bombeiros socorristas na manhã desta sexta-feira (5), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, região sul de Campo Grande, acusado de desacato a funcionário público no exercício da função e desobediência.
Segundo informações de policiais do 6º DP, no Tijuca, onde o caso está sendo registrado, o estopim da confusão foi o socorro de um paciente com deficiência mental, de 17 anos, que estava sofrendo com uma crise convulsiva, por volta das 8h.
O médico, que não teve a identidade revelada, e os bombeiros se desentenderam pelo fato do profissional já estar atendendo uma mulher com problemas respiratórios.
“Segui o código de disciplina e dei preferência à paciente em estado mais grave”, disse o médico, que alegou estar seguindo para o entubamento da paciente quando foi abordado pelos bombeiros.
É a partir desse ponto que as duas versões diferem. O sargento dos Bombeiros alega que colocou o paciente adolescente em uma maca e pediu para outros integrantes da equipe irem buscar material para imobilização, quando o médico apareceu gritando e os ofendendo com palavrões.
O acusado diz que os bombeiros deixaram o adolescente na maca e estavam indo embora e ele foi alertá-los de que a maca não era apropriada e que o paciente precisava ser imobilizado para não sofrer uma queda.
Diante dos ânimos exaltados, médico e bombeiro chegaram a trocar empurrões que só não terminaram em agressões físicas pela intervenção de enfermeiros e até de outros pacientes que acompanharam a confusão.
“Estava atendendo minha paciente quando fui informado que estava preso. Liguei para o meu advogado, não teria obrigação nenhuma de vir aqui sem ser intimado judicialmente, mas fiz questão. Também vou fazer um boletim de ocorrência. Estava atendendo sozinho e eles precisam ter mais respeito, sempre acham que têm preferência, o que não é verdade”, disse o médico.
“Ele foi extremamente grosseiro, dizendo palavrões, nos ofendendo e até partindo para a agressão física, que conseguimos impedir. Lamentável tudo isso. Sempre tem confusão quando ele é o plantonista na unidade”, disse um dos bombeiros.
O registro do caso não havia sido finalizado até a conclusão desta reportagem. Em meio ao tumulto, não foi possível obter informações sobre o estado de saúde dos dois pacientes citados pelas partes. Não há previsão também para que o médico seja liberado da delegacia.