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Capital

Continua agonia por falta de vagas em UTIs e improviso em postos

Filipe Prado e Edivaldo Bitencourt | 17/10/2014 10:48
Jaci espera uma vaga para o esposo na UTI (Foto: Marcos Ermínio)
Jaci espera uma vaga para o esposo na UTI (Foto: Marcos Ermínio)

Com a Santa Casa em crise e o Hospital Universitário em greve, os pacientes da saúde pública de Campo Grande continuam com o drama da falta de vagas em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva). Os familiares dos pacientes se desesperam para conseguir vagas e até denunciam que pacientes morrem a espera de UTI.

Desde às 11h30 de anteontem (15) internada no Centro Regional de Saúde, Dr Ênio Cunha, do Bairro Guanandi, a avó de 92 anos, da responsável técnica em administração Gleicequelly Basílio, 23, espera por uma vaga em uma UTI.

De acordo com a neta, a mulher possui um quadro de pneumonia avançada e precisa ser transferida urgentemente para um hospital. “Não nos deram prazo. Falaram que a qualquer momento uma vaga abre. Já foi solicitado e estão no aguardo”, explicou.

Mas o que assustou Gleicequelly foi a quantidade de óbitos na “área vermelha” da CRS. “Somente no horário que eu fiquei lá, umas três pessoas morreram”, revelou a responsável técnica.

Com o mesmo problema, a dona de casa Jaci Damaceno da Silva, 51, espera uma vaga para o marido, João de Jesus, 58, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) na noite de quarta-feira, por volta das 21h.

“Eles disseram que não tem vagas e tudo será feito na medida do possível”, comentou Jaci. Ele ressaltou que os funcionários da CRSs estão “fazendo de tudo para ajudar o esposo, porém o problema é com os hospitais que não tem vagas”.

A dona de casa apontou que outros pacientes estão esperando vagas em UTIs, mas ainda não obtiveram respostas sobre um prazo para a transferência.

Na quarta-feira (15), a Santa Casa informou, através da assessoria de imprensa, que o pronto-socorro funciona com 61% acima da capacidade. São 74 pacientes no setor de urgência e emergência.

Na ortopedia, 22 pessoas aguardam vaga no centro cirúrgico. Como a capacidade é para sete leitos, está 214% acima do limite. No último mês, a Santa Casa realizou 2.616 cirurgias.

Desde o dia 15 de setembro o Sista/MS (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino do Estado do Mato Grosso do Sul) deflagraram um greve para reivindicar os pagamentos dos plantões dos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. Sem conclusões e problemas nas negociações, o sindicato ameaçou diminuir o funcionamento do Hospital Universitário, que opera somente com 50%.

Solução - A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que está buscando meios para resolver a falta de leitos no atendimento de emergência da Capital.

Uma das medidas será a criação de 40 leitos no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. A instituição vai transformar a área azul em vermelha e amarela a partir de segunda, segundo a Sesau. Os pacientes estão sendo avisados de que deverão procurar os centros regionais de saúde dos bairros Aero Rancho, Guanandi e Coophavila 2 a partir do dia 20.

O secretário municipal de Saúde, Jamal Salem, também vem procurando criar novos leitos no Hospital do Pênfigo (seis) e Santa Casa.

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