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Capital

Contra crime comum, mas sem estatística, a prevenção é o segredo

Adriano Fernandes | 18/09/2016 10:33
Na Capital os valores do conserto dos vidros variam de R$ 115,00 até R$ 350,00. (Foto: Thaila Torres)
Na Capital os valores do conserto dos vidros variam de R$ 115,00 até R$ 350,00. (Foto: Thaila Torres)

O crime é um dos mais comuns nas ruas de Campo Grande, mas até hoje sequer é digno de uma estatística própria: furto em veículos mediante arrombamento. Diariamente, pelo menos duas vítimas procuram lojas especializadas no conserto dos danos que este tipo de ação causa, um prejuízo que chega a R$ 350 só pelo vidro, fora o que foi levado de dentro do carro.

De janeiro a 14 de setembro deste ano, foram registrados 10.529 furtos na Capital, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Sem uma estatística específica em relação a este tipo de caso, a orientação da polícia também remonta aos tempos antigos: é melhor não dar sopa para a bandidagem.

A substituição de um vidro custa pelo menos R$ 115,00. Se o carro for mais moderno ou luxuoso, chega a R$ 350,00.

O foco dos ladrões é, obviamente, em locais onde há aglomerações e pouca segurança. Isto inclui de imediações de igrejas a universidades, além de bairros nobres.

Evitar deixar volumes aparentes (mochilas, bolsas, pastas) ainda é a melhor forma de evitar este tipo de crime, explica o delegado titular da Derf (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos), Luís Alberto Ojeda.

O local onde se estaciona também deve ser uma preocupação. “Notamos, por exemplo, que geralmente próximos a bares do Centro os furtos acontecem em série. Em mais de um veículo ao mesmo tempo. Outra facilidade que esses bandidos encontram é quando o carro está estacionado em algum local mal iluminado”, comenta o delegado.

E fica outro alerta: é importante que quem sofra esse tipo de furto também registre um boletim de ocorrência. “Com base nestes dados que reforçamos as rondas nas regiões de maior incidência desse tipo de crime”, completa Ojeda.

Assaltos têm se tornado mais comuns próximos à igrejas, universidades e em bairros nobres da região central. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Assaltos têm se tornado mais comuns próximos à igrejas, universidades e em bairros nobres da região central. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)

Foi depois de um destes momentos de descuido que o empresário Thiago Pereira, de 34 anos, teve um prejuízo de aproximadamente R$ 1.800 quando seu veículo foi arrombado, na esquina entre as ruas Flávio de Matos com a Otávio de Souza, no bairro Monte Líbano, na noite de 28 de agosto.

“Havia acabado de sair de uma reunião e estava indo a caminho da minha igreja, que era próxima dali, também no bairro Monte Líbano quando eu e minha esposa nos deparamos com o carro arrombado. Eles levaram uma bolsa com óculos, celular, dinheiro e uma mochila”, comenta o rapaz.

Ainda segundo Thiago a ação de um dos ladrões foi rápida. Antes de levar os objetos o homem também desligou o alarme do veículo. “E ele ainda tentou furtar outro carro que estava próximo, mas não deu tempo. O rapaz entrou em outro veículo com um comparsa e os dois fugiram”, completa.

No outro dia uma mulher encontrou a bolsa jogada em uma caçamba de entulho no bairro Vilas Boas e a mochila também foi encontrada na terça-feira, dia 6, por funcionários da Energisa. “Eles nos localizaram porque dentro das bolsas haviam documentos com nossos contatos. Mas os bens de valor, claro, foram levados”, ele diz.

No caso da enfermeira Daniela da Silva Paredes, de 35 anos, o prejuízo foi ainda maior: cerca de R$ 4 mil. Ela conta que por 1h30 o veículo dela e do marido ficou estacionado na rua Oceano Pacífico, no bairro Chácara Cachoeira, enquanto o casal estava em um escritório de arquitetura.

Quantos mais luxuoso mais caro o serviço de reparo. Toda a estrutura dos vidros é desmontada e trocada o que também encarece o processo. (Foto: Thaila Torres)
Quantos mais luxuoso mais caro o serviço de reparo. Toda a estrutura dos vidros é desmontada e trocada o que também encarece o processo. (Foto: Thaila Torres)

No retorno, o casal se deparou com a surpresa nada agradável. “Curioso foi que dentro do carro também tinham sapatos, maquiagem, outros itens que também são de valor, mas que claro, não chamaram tanta atenção quanto a mochila. Se somados o valor do notebook, o HD externo que foi levado e ainda o preço da troca do vidro o prejuízo foi bem alto”, se queixa. A mochila também foi encontrada por uma moradora no dia seguinte e devolvida para a enfermeira.

Do furto ao conserto – Se para os motoristas os furtos representam um prejuízo alto, as empresas especializados na troca dos vidros chegam a lucrar até R$ 350,00 por vidro trocado.
Os preços variam de acordo com o modelo do veículo. Procura é o que não falta, contam os comerciantes.

“Atendemos uma média de pelo menos seis carros arrombados por ladrões. Boa parte dos clientes são estudantes que deixam o veículo estacionado na rua”, comenta Giovanio Elias, vendedor na Auto Vidro Calógeras.

De acordo com Paulo Cesar de Oliveira, gerente da loja Auto Vidros, na rua 14 de Julho, quanto mais sofisticado o veículo mais caro o serviço.

“Em utilitários mais populares o conserto gira entorno de R$ 115,00 ou R$ 200,00. Já veículos mais luxuosos e camionetes por exemplo, a troca pode custar facilmente R$ 300,00 ou R$ 350,00 por vidro quebrado”, comenta.

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