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Capital

Veja quais os 100 bairros da Capital onde o coronavírus já matou quase 500

Condomínio que registrou primeiros casos da doença em Campo Grande não teve nenhum óbito até agora

Guilherme Correia | 20/09/2020 07:55
Fachada do residencial Damha I (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Fachada do residencial Damha I (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

A pandemia da covid-19 teve os primeiros registros em Campo Grande em residencial de luxo, mas matou mesmo em locais de renda familiar bem menor. Seis meses depois do primeiro caso confirmado, as mortes pela doença atingem 100  que já tiveram, pelo menos, uma vítima fatal do total de 493 registradas oficialmente até ontem.

Levantamento feito pelo Campo Grande News, com base em dados epidemiológicos da SES (Secretaria Estadual de Saúde), mostra que três dos cinco primeiros casos confirmados da doença foram em residenciais do Dahma. Até quarta-feira (14), os diversos condomínios (do I ao IV) registravam 82 casos confirmados da doença e nenhuma morte.

A efeito de comparação, bairro mais afastado à periferia leste da cidade, o Jardim Noroeste registrou 844 positivos para a doença desde o início da pandemia, e oito mortes por covid-19.

Aero Rancho é o bairro com mais casos e também com mais mortes na Capital.
Aero Rancho é o bairro com mais casos e também com mais mortes na Capital.

Mais populoso da cidade, o Aero Rancho continua liderando ranking de mortes pelo coronavírus, com 17 registros. Além disso, é também o com mais confirmações, já que 970 moradores contraíram a doença.

Outro número que assusta, 866 pessoas, contabilizadas como moradoras do Centro, contraíram a doença, e 15 não resistiram.

O Jardim Los Angeles confirmou doença em 262 habitantes, sendo que quatro morreram. Contabilizando os diversos parcelamentos do Bairro Moreninhas, a região ao sul da cidade confirmou 321 casos e nove mortes

O conjunto de residenciais de luxo “Alphavilles” (do 1 ao 4), ao norte da Capital, registrou pelo menos 15 casos da doença, mas nenhuma morte. Na mesma região da cidade, o Nova Lima acumula 562 confirmados e sete mortes. Mais afastado ainda, o Jardim Anache registrou 164 infectados e quatro óbitos.

Os números podem ter relação direta com outros fatores socioeconômicos, conforme explicado pelo professor e pesquisador em Geografia Adeir Archanjo da Mota. "Aqueles que, socialmente, têm mais acesso a recursos financeiros, também têm mais acesso a testes. Com mais acesso a assistência de saúde e melhores diagnósticos, você consegue saber do que você está adoecendo, e prevenir que o contágio não avance na sua comunidade", diz.

Qualquer indicador de saúde vai chegar a conclusões semelhantes. São as 'desigualdades sociais da saúde'. Onde você nasce praticamente determina quantos anos de vida vai ter e como vai ser sua saúde, como você vai viver, comer e adoecer. Isso não é uma 'prisão fechada', porque podemos em parte mudar nossa realidade, mas o contexto geográfico influencia muito mais do que imaginamos e conseguimos medir até o momento", enfatiza.

A reportagem conferiu números de outros bairros como o Jardim Colúmbia, que confirmou 175 casos e dois óbitos, Jardim Vida Nova, com 143 confirmados e quatro mortes e o Carandá Bosque, que confirmou 71 casos e apenas uma morte. Veja a lista completa:

Chegada da doença - Primeiro caso da doença foi confirmado em 13 de março, em um homem, de 39 anos, residente do Residencial Damha. O segundo caso foi confirmado em uma mulher, de 37, dois dias depois, no Residencial Damha III.

Terceiro caso relatado à saúde foi a de um homem, de 46 anos, morador da Vila Sobrinho, seguido de outro homem, de 29, com residência no Monte Castelo. Por fim, o quinto caso foi o de um homem, também do Residencial Damha III.

Contudo, as primeiras mortes registradas pela doença eram de pacientes que moravam em bairros mais centrais de Campo Grande. As cinco primeiras mortes, entre 24 de março e 30 de abril, aconteceram no Centro (1), Amambai (1), Vila Carvalho (2) e Monte Castelo (1).

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