ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Decretada prisão preventiva de policiais militares presos por cobrar propina

Eles chegaram sem algemas, sem fardas e com escolta policial para audiência de custódia

Aline dos Santos e Geisy Garnes | 04/12/2017 09:50
Audiência de custódia foi realizada nesta segunda-feira no Fórum e juíza não permitiu fotos dos presos. (Foto: Geyse Garnes)
Audiência de custódia foi realizada nesta segunda-feira no Fórum e juíza não permitiu fotos dos presos. (Foto: Geyse Garnes)

A Justiça converteu em preventiva as prisões do sargento Alex Duarte de Aguir, 38 anos, e do cabo Rafael Marques da Costa, 28 anos. Na noite da última sexta-feira (dia primeiro), eles foram presos em flagrante por corrupção passiva em Campo Grande. A acusação é de cobrar R$ 150 mil para liberar um caminhão-baú carregado com cigarro vindo do Paraguai.

Na manhã de hoje (dia 4), durante audiência de custódia no Fórum, a juíza Sandra Regina da Silva Medeiros Artioli decretou as prisões preventivas e o caso será encaminhado para a Auditoria Militar.

A magistrada não permitiu imagens dos policiais presos. Eles chegaram sem algemas, sem fardas e com escolta policial. Ambos afrmaram que vão contratar advogado. Hoje, foram acompanhados pela Defensoria Pública. O Ministério Público deu parecer favorável a mantê-los presos.

As prisões preventivas são por corrupção passsiva, que figura no Código Penal Militar: como “receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”.

Caso - O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) acionou equipes policiais – Rotac (Rondas Ostensivas de Ações de Choque) e Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motos) – após informação de que um caminhoneiro estava com policiais, que exigiam propina para liberar o veículo.

Não há detalhes sobre como a informação chegou até os investigadores. Na sequência, o caminhão foi localizado na rua Verdes Mares, esquina com a avenida Gunter Hans, no bairro Tarumã. Próximo ao local, havia um veículo Honda Civic.

Foi repassada a informação de que o dinheiro seria entregue no posto Tarumã. No local, o responsável por levar a quantia foi identificado como sendo Fábio Garcete, amigo do motorista Rogério Fernandes Mesquita.

No posto, equipes do Gaeco observaram que o Honda se aproximou de Garcete. Em seguida, os policiais abordaram carro e uma motocicleta, que ladeava o Honda. A ação foi perto do posto de combustíveis e próximo ao caminhão. No Honda Civic, estava o sargento, enquanto o cabo conduzia a moto. O documento do caminhão foi encontrado no carro do sargento Aguir. Uma nota fiscal foi localizada no bolso do cabo Rafael.

Fábio e o motorista reconheceram Aguir como o policial que exigiu e pegou o dinheiro. O motorista do caminhão ainda reconheceu o cabo como companheiro do sargento e relatou que é o dono de um dos celulares encontrado com Aguir.

Dinheiro - O Campo Grande News apurou que houve pagamento de R$ 30 mil, com cédulas marcadas. O dinheiro estaria com o Gaeco. O Boletim de Ocorrência não informa a apreensão. O documento cita apenas a apreensão de R$ 2, um dólar e cinco mil guaranis.

No sábado, o caminhão e o condutor, que está preso, foram levados para a superintendência da PF (Polícia Federal). A prisão dos policiais foi concluída pela Corregedoria da PM e eles estão no Presídio Militar Estadual.

Caminhão com carga de cigarro contrabandeado foi localizado no Tarumã. (Foto: Nyelder Rodrigues)
Caminhão com carga de cigarro contrabandeado foi localizado no Tarumã. (Foto: Nyelder Rodrigues)
Nos siga no Google Notícias