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Capital

Defensores visitam Gameleira para analisar denúncias e conversar com presos

Presos denunciam tortura, má qualidade da alimentação, falta de atendimento médico, ventilador e colchão em celas.

Mirian Machado e Mariana Rodrigues | 19/02/2021 10:20
Movimentação de policiais em frente ao presídio nesta manhã (19)(Foto: Marcos Maluf)
Movimentação de policiais em frente ao presídio nesta manhã (19)(Foto: Marcos Maluf)

Três defensores públicos chegaram nesta manhã (19) na Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande para analisar situação após greve de fome de detentos e conversar com alguns deles. Familiares de presos chegam aos poucos em frente ao presídio para mais um dia de manifestação.

Defensor Cahue Duarte Urdiales, coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Foto: Marcos Maluf)
Defensor Cahue Duarte Urdiales, coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Foto: Marcos Maluf)

Os defensores, Cahue Duarte Urdiales, coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário, Pedro Paulo Gasparini coordenador do Núcleo de Ações Estratégicas e Mateus Sutana, coordenador do Núcleo de Direitos Humanos, afirmaram ao Campo Grande News, que apesar de fazerem atendimentos virtuais e presenciais com internos e familiares semanalmente, não chegaram a receber denuncias de nenhuma das partes, mas que também não quer dizer que não haja a tal situação.

Ambos ficaram sabendo da suspeita de violação dos direitos humanos através da imprensa e resolveram analisar a situação nesta sexta-feira.

Conforme o defensor Cahue Duarte será averiguado as denuncias de tortura, má qualidade da alimentação e falta de atendimento médico, por exemplo. Haverá conversa com ao menos quatro internos. “Se caso for comprovada as denuncias, será iniciada uma articulação da Defensoria junto à Sejusp e Agepen e cada caso será analisado individualmente”, explicou.

Defensor Pedro Paulo Gasparini coordenador do Núcleo de Ações Estratégicas (Foto: Marcos Maluf)
Defensor Pedro Paulo Gasparini coordenador do Núcleo de Ações Estratégicas (Foto: Marcos Maluf)

Ambos representantes afirmaram que já conversaram inclusive com o diretor do presídio e da própria Agepen. Pedro Gasparini informou ainda que tudo será apurado e que a defensoria busca o consenso. “Se necessário, serão tomadas medidas judiciais”, afirmou.

A esposa de um dos internos, cabeleireira de 23 anos que não quis se identificar, disse que o marido está na gameleira há oito meses aguardando vaga para voltas à Três Lagoas. Ela chegou à 8h em frente ao local para acompanhar e relatou que o marido reclama da má alimentação. “Pouca comida e comida azeda”, disse.

Ela ainda afirmou que em vista do estado do uniforme dos presos muitas melhores, inclusive ela, tem comprado novos uniformes para os internos. Há ainda reclamação sobre a falta de colchão, ventilador e também de atendimento médico. “Desde que começou a greve muitos estão passando mal, desmaiando. Não sei se é punição, mas eles não estão recebendo atendimento médico”, contou.

Ontem (18), quatro advogados conversaram com os presos e prometeram levar à diante as reivindicações deles. Os relatos dos presos serão documentados e protocolados na comissão de Direitos Humanos da seccional local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

PCC - Conforme a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) a greve de fome foi incitada por lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) na unidade. "Desde o sábado [dia 13], um grupo formado por lideranças negativas passou a recusar as refeições oferecidas, exigindo que sejam autorizadas algumas regalias na penitenciária, entre elas televisores nas celas", diz a nota.

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