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Capital

Defensoria quer empenho de poderes para que meninas não revivam abuso em perícia

De janeiro a novembro, foram registrados 3.782 atendimentos de denúncias de violência em MS

Aline dos Santos e Caroline Maldonado | 06/12/2021 10:37
Defensora pública-geral, Patrícia de Oliveira (centro) fez coletiva de imprensa nesta 2ª feira. (Foto: Caroline Maldonado)
Defensora pública-geral, Patrícia de Oliveira (centro) fez coletiva de imprensa nesta 2ª feira. (Foto: Caroline Maldonado)

A Defensoria Pública cobrou empenho dos poderes para que se resolva uma questão delicada em Mato Grosso do Sul. Por falta de profissionais, inclusive, recusa das mulheres, meninas vítimas de violência sexual passam por exames de perícia com profissionais do mesmo sexo do agressor.

“Nesta situação da perícia ser feita por pessoa do mesmo sexo do agressor, a vítima acaba revivendo aquele momento de abuso. As prefeituras têm até demonstrado boa vontade e interesse em solucionar esse problema”, afirma a defensora pública-geral, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira.

Neste cenário, também se projeta a dificuldade de encontrar profissionais do sexo feminino. “Quando abre concurso, há dificuldade de colocar profissionais mulheres, que não têm muito interesse nessa área. Muitas vezes, elas também são mães e acabam se envolvendo emocionalmente nos casos. É uma área muito espinhosa. Estamos pensando em como superar isso”, diz Patrícia de Oliveira.

O tema ainda foi destacado pela  coordenadora do Nudeca (Núcleo da Infância e Juventude), defensora pública Débora de Souza Paulino. “Conversamos com os poderes Legislativo e Executivo. Muitas vezes, no interior, só tem um médico e é homem”.

As defensoras também apontam a necessidade de ampliar a escuta especializada das vítimas. Para 2022, a Defensoria Pública vai contratar mais psicólogos e assistentes sociais para trabalhar nos municípios do interior.

De janeiro a novembro, foram registrados 3.782 atendimentos de denúncias de violência contra as crianças e adolescentes no Estado. Do total, 2.681 foram em Campo Grande.

Ainda na Capital, houve registro de 30 casos de crimes sexuais, denunciados entre agosto e outubro.

“O núcleo teve forte atuação no acompanhamento e atendimento de casos de violência contra a criança e adolescentes. Especialmente, crimes sexuais”, afirma Débora Paulino.

A defensora também citou que Mato Grosso do Sul assumiu a liderança do ranking nacional de violência sexual contra crianças e adolescentes. Mas a estatística não foi apresentada durante a coletiva de imprensa nesta segunda-feira (dia 6).

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