ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Defesa de assassino de Carla tenta excluir acusação de feminicídio

Marcos Vilalba de Carvalho é réu por crime bárbaro ocorrido no final de junho deste ano

Marta Ferreira | 18/12/2020 09:35
Marcos Vilalba (de vermelho), à esquerda, é réu por feminicídio, estupro e ocultação do cadáver da jovem Carla, à esquerda. (Foto: Arquivo)
Marcos Vilalba (de vermelho), à esquerda, é réu por feminicídio, estupro e ocultação do cadáver da jovem Carla, à esquerda. (Foto: Arquivo)

A defesa de Marcos André Villalba de Carvalho, de 21 anos,  assassino confesso da jovem Carla Santana Magalhães, de 25 anos, quer que a Justiça tire da acusação contra ele o crime de feminicídio. O pedido está nas alegações finais da ação penal sobre o caso, apresentadas esta semana, e que agora aguardam a decisão do juiz responsável, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

A advogada Michelli Francisco anota na peça processual que o cliente confessou o crime, mas discorda da inclusão da qualificadora de feminicídio, feita pela Polícia Civil na fase de inquérito e mantida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na denúncia.

É notório que a motivação para matar a vítima, não teve relação coma condição do gênero da mesma, pois o feminicídio é uma qualificadora do homicídio doloso, sendo um delito praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”, afirma a defensora ao pedir que essa tipificação seja excluída.

Preso desde 19 de julho, Marcos André Vilalba é réu por feminicídio, ocultação de cadáver e ainda estupro, esse tipo crime acrescentado à acusação depois que ele mesmo admitiu, em juízo, ter violentado Carla   antes e depois da morte.

A pena máxima pode chegar a 43 anos, se forem mantidas todas as acusações. A lei penal brasileira só permite prisões de até 40 anos.

O assassinato - Carla foi atacada a poucos metros da casa dela, levada para a casa do assassino, seu vizinho de muro no Bairro Tiradentes, e lá foi morta a golpes de facão.

O corpo foi abandonado, nu, na mesma rua, num bar, três dias depois, com sinais de violência sexual.

Na fase de inquérito policial, Marcos André admitiu ter violado o corpo de Carla depois matá-la. Na primeira peça denunciatória apresentada, em agosto, ele foi enquadrado nesse crime, em homicídio duplamente qualificado – por recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio em razão do desprezo pela condição de mulher - e ainda em ocultação de cadáver.

Com as alegações finais do MPMS, do advogado Fabio Trad Filho, assistente de acusação representando a família, e da defesa de Marcos, agora o magistrado vai decidir de ele vai ser levado a júri.

São os jurados que decidem se o réu tem culpa e depois o magistrado aplica a pena de acordo com a legislação.

Nos siga no Google Notícias