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Capital

Depois de assumir crime durante a investigação, réu nega na frente do júri

Crime aconteceu em maio de 2016 e acusado se entregou à polícia um mês depois confessando o crime

Bruna Kaspary | 31/07/2018 11:24
Natanael mudou a versão do crime durante o interrogatório no júri (Foto: Saul Schramm)
Natanael mudou a versão do crime durante o interrogatório no júri (Foto: Saul Schramm)

Natanael Francisco de Pinho, de 30 anos, surpreendeu inclusive o próprio defensor durante o próprio júri na manhã de hoje (31) em Campo Grande. Ele está sendo julgado pela morte de Wislley Marquezolo, que aconteceu em maio de 2016.

O réu passou todo o curso do processo confessando o crime e, na última pergunta do interrogatório dessa manhã, negou que tenha sido ele quem assassinou o jovem e ainda completou dizendo que não diria quem de fato desferiu as facadas.

"Eu não ia nem contar que não fui quem fez isso, eu ia assumir no peito, ia ser condenado e assumir tudo, mas não vou mais fazer isso porque tenho uma filha de seis anos aqui fora", disse ao explicar a mudança repentina da versão.

Natanael ainda pontua que assumiu o crime por medo, e disse que não contaria detalhes nem entregaria os autores porque sua vida seria mais importante do que delatar o assassino.

O defensor público Gustavo Henrique Pinheiro Silva afirma que durante todo o processo não percebeu que havia evidências claras de que o réu estava assumindo o crime para outra pessoa. "Eu fui perceber isso somente ontem, enquanto eu estudava para o júri", completa.

Segundo ele, ainda na etapa de investigação, Natanael buscava saber como o crime tinha acontecido, mas como aproximadamente um mês depois ele confessou o assassinato, essa informação acabou sendo deixada de lado. "Era claro que ele estava assumindo para alguém, porque nem mesmo a casa dele está próximo ao bar em que a vítima estava e ao local onde aconteceu o crime", pontua.

Já para o promotor de Justiça José Arturo Bobadilha, a mudança na versão do réu foi uma forma desastrada dele tentar se livrar da condenação. "Todas as provas, tanto materiais quanto testemunhais, apontam que ele é o real autor do crime", relembra.

O caso - Natanael foi preso um mês depois da morte de Wislley, que foi morto com nove golpes de faca na região do tórax, pescoço e rosto. Ele confessou o crime e disse que não conhecia a vítima na época do crime. Aos policiais, ele disse que tinha passado parte do dia bebendo e dançando em um bar e quando saiu, por volta das 22h30 um homem passou por ele, o xingou e lhe deu um chute na perna.

Ainda de acordo com ele, Wislley pegou uma faca e tentou atingi-lo, e para se proteger, Natanael teria dado um chute na barriga da vítima, que caiu no chão. Em seguida, ele pegou a faca e desferiu quatro golpes nele, que levantou e voltou a tentar agredir ele.

Wislley teria fugido e Natanael foi atrás dele, o derrubando novamente e desferido mais três golpes, jogando a faca em um canteiro em seguida. A vítima foi socorrida, mas morreu antes de chegar a um hospital

O acusado está sendo julgado por Homicídio duplamente qualificado, por meio cruel e por motivo fútil.

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