Comércio anima com 13º dos servidores e torce por melhora com próximos salários
Apesar da injeção de recursos na economia, lojistas relatam que o reflexo nas vendas ainda é tímido
Com a proximidade do Natal, o movimento no comércio do centro de Campo Grande segue em ritmo de expectativa. O Governo de Mato Grosso do Sul antecipou o pagamento da segunda parcela do 13º salário para os servidores públicos nesta semana e, diante disso, a reportagem do Campo Grande News percorreu as ruas da região central para saber junto aos comerciantes se a busca por presentes ganhou força após a liberação do benefício.
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O pagamento antecipado da segunda parcela do 13º salário dos servidores estaduais de Mato Grosso do Sul trouxe expectativa ao comércio de Campo Grande, mas o impacto nas vendas ainda é limitado. Lojistas relatam que o movimento está abaixo do esperado, com consumidores aguardando a liberação do 13º salário municipal e de trabalhadores da iniciativa privada, previsto para os próximos dias. A demora na definição do horário especial de Natal também é apontada como fator que prejudicou as vendas. No setor de eletrodomésticos, há um cenário mais otimista, com crescimento em relação ao ano passado, impulsionado por itens como televisores e freezers. Já no segmento de vestuário, a cautela predomina, com expectativa de melhora a partir do final de semana. Comerciantes aguardam que a liberação de novos pagamentos e o aumento do fluxo de consumidores aqueçam as vendas no período natalino.
Apesar da injeção de recursos na economia, os lojistas relatam que o impacto nas vendas, embora animador, ainda é tímido. Em muitos estabelecimentos, a sensação é de que os consumidores estão aguardando novos pagamentos, especialmente o 13º salário de servidores municipais e de trabalhadores da iniciativa privada, previsto para os próximos dias.
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Na loja de calçados Passaletti, a gerente de vendas Luana Carneiro afirma que o fluxo de clientes está abaixo do esperado para esta época do ano. Segundo ela, a demora na definição do horário especial de funcionamento para o Natal prejudicou o desempenho das vendas.
“O fluxo está abaixo. Demorou muito para sair a conversão coletiva do horário especial de Natal. E a gente também está aguardando a prefeita liberar o dinheiro do 13º municipal”, explica.
Luana ressalta que, mesmo com o pagamento do 13º salário dos servidores estaduais, não houve um aumento significativo no movimento. “Não deu para perceber aumento no fluxo de vendas, está bem devagar. Muitos clientes dizem que no dia 20, quando deve sair o 13º para a maioria das pessoas, eles vão vir comprar. Então estamos aguardando na expectativa do fluxo aumentar a partir do dia 20”, relata.
Ela acrescenta que eventos natalinos no Centro ajudaram levemente a atrair pessoas, mas sem o horário estendido de funcionamento, o impacto foi limitado.
Já no setor de eletrodomésticos, a percepção é um pouco mais otimista. Para Rubiano Eloir Pereira, 44 anos, gerente da loja Gazin, o comércio apresenta crescimento em relação ao ano passado.
“Vamos dizer que está melhor que o ano passado o movimento do comércio neste Natal. A gente vem numa crescente, não do jeito que a gente queria, mas está crescendo. O importante é crescer”, avalia.
Rubiano acredita que melhorias estruturais poderiam potencializar ainda mais as vendas. “Seria melhor ainda se a gente tivesse um centro mais revitalizado e com estacionamento rotativo na rua, com parquímetro. Acho que faria grande diferença para nós”, pontua.
Questionado sobre os efeitos do pagamento do 13º salário estadual, ele confirma mudanças no comportamento do consumidor. “Muita gente vem não só para comprar, mas também para pagar prestações. No presente, o crediário tem uma força muito grande”, explica.
Segundo o gerente, muitos clientes utilizam o 13º para dar entrada em novos produtos, especialmente eletrodomésticos de maior valor. “Está sendo muito procurado em dezembro lavadora e refrigeradora. O consumidor vê no pagamento do 13º uma oportunidade, ainda mais com preços atrativos”, afirma.
Televisores, caixas de som e freezers também estão entre os itens mais vendidos, impulsionados pelas festas de fim de ano e pela expectativa da Copa do Mundo do ano que vem. “Estamos em um crescimento considerável em relação ao ano passado”, destaca.
No segmento de vestuário, o cenário ainda é de cautela. Mohamed Hussein, 43 anos, proprietário do Mega Lojão do Brás, vive seu primeiro Natal no comércio de Campo Grande, após quatro meses de loja aberta. Com experiência anterior em São Paulo, ele compara os mercados. “Se eu for comparar com São Paulo, ainda está fraco. Se Deus quiser, vamos ver se melhora a partir deste final de semana”, comenta.
Sobre as ações natalinas no Centro, como o circo de Natal montado na praça, Mohamed vê efeitos ambíguos. “Quando é festa, a pessoa chega mais para a festa. Quando é para gastar, a pessoa chega mais para gastar. Mas esperamos que possa ajudar sim”, diz.
Enquanto o Natal se aproxima, comerciantes seguem na expectativa de que a liberação de novos pagamentos do 13º salário e o aumento do fluxo de consumidores nos próximos dias aqueçam de vez as vendas no coração comercial de Campo Grande.
