Diferentes gerações enfrentam juntas os desafios do mercado de trabalho
Na mesma fila, jovens e idosos determinados a recomeçar mostram que a vontade de trabalhar não tem idade
Desempregados há meses, muitos idosos lutam para voltar ao mercado de trabalho, mesmo após enfrentarem dificuldades pessoais e de saúde. Eles foram destaque na Feira da Empregabilidade Anhanguera, realizada neste sábado (12), em Campo Grande, que ofereceu mais de 600 vagas e oportunidades para diferentes perfis profissionais.
RESUMO
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Idosos desempregados buscam recolocação no mercado de trabalho em feira com mais de 600 vagas em Campo Grande. Exemplos como o de um porteiro de 61 anos, desempregado há cinco meses após cuidar da esposa com H1N1, e um trabalhador de 79 anos, aposentado, que busca trabalho menos pesado, ilustram a situação. A Feira da Empregabilidade Anhanguera, realizada neste sábado, atendeu diferentes perfis profissionais, incluindo jovens em busca de estágio e primeiro emprego. O evento contou com a participação de empresas parceiras, palestras e workshops. A feira demonstra a necessidade de oportunidades para diferentes faixas etárias e a busca por qualificação e recolocação profissional.
José Venâncio, de 61 anos, porteiro de profissão, está desempregado há cinco meses. Ele conta que, até pouco tempo, trabalhava registrado, cobrindo férias de colegas, em um edifício e, depois, em um estacionamento. A vida dele e da esposa mudou quando ambos contraíram H1N1 e ficaram internados por meses.
“Minha mulher ficou três meses internada e não ficou mais satisfeita. Tive que cuidar dela porque o hospital exigia acompanhante”, relata. Após a alta da esposa, ele voltou a buscar emprego, consciente da necessidade: “Preciso, né? As contas foram tudo lá pra cima”.
Neste sábado, pela primeira vez saiu de casa com esse objetivo e conseguiu um encaminhamento para entrevista na segunda-feira. “Foi um ótimo atendimento, pessoas que conversam bem com a gente, explicam tudo certinho".
Outro exemplo é o idoso de 79 anos, Ramão Rios, que trabalhou por muitos anos como encarregado de lubrificação de máquinas pesadas. Hoje, ele busca trabalhos mais leves, como porteiro ou apontador, já que o serviço pesado não aguenta mais.
“Com carteira assinada, trabalho desde 1993, mas sempre atuei muito na informalidade, quase 32 anos. Agora, sou aposentado e ganho um salário mínimo, mas não dá para viver só com isso. Se puder ganhar um pouco mais, melhor ainda". Ele afirma que não quer mais o trabalho de vendas ambulantes que fazia antes, pois a idade dificulta. “Se for uma venda parada, tudo bem, mas andar como antes, não quero mais".
Público jovem - Além dos idosos, o evento reuniu jovens em busca de oportunidades. A estudante de psicologia Letícia Diniz, 23 anos conta que já trabalhou com telemarketing, mas desistiu porque queria algo alinhado à sua área. No feirão, conseguiu uma vaga de estágio e aguarda contato. “Cheguei às 9h, fui a primeira da fila. O recado que deixo para outros jovens é não desistir, se movimentar para mostrar que a gente não é preguiçoso.”
Júlia Coelho, 24 anos, formada em magistério e técnica de enfermagem, busca uma nova oportunidade após uma breve experiência de trabalho. “Nem uma semana desempregada e já estou aqui. Mesmo sendo sábado de manhã, é importante estar presente para não deixar passar oportunidades.”
Promovida pela Universidade Anhanguera unidade Centro, a Feira da Empregabilidade aconteceu na Praça Esportiva Belmar Fidalgo, das 9h às 13h, com participação de empresas parceiras que divulgaram vagas e realizaram processos seletivos. Além da oferta de mais de 600 vagas, o evento contou com palestras e workshops gratuitos focados em carreira e desenvolvimento pessoal.
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