Na mesma manhã, 2 cães morrem após ataques de pit bull em Campo Grande
Casos no Taquaral Bosque e na Vila Nossa Senhora das Graças deixaram famílias em luto
RESUMO
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Em menos de 24 horas, dois ataques de pit bull resultaram na morte de cachorros em diferentes bairros de Campo Grande. Os incidentes ocorreram no Taquaral Bosque e na Vila Nossa Senhora das Graças, quando os pit bulls escaparam das residências de seus tutores. No primeiro caso, o vira-lata Neguinho foi morto após ser atacado por um pit bull que fugiu da casa vizinha. No segundo episódio, o cachorro Dog foi atacado por um pit bull cujo dono já havia sido denunciado por maus-tratos. As autoridades reforçam a necessidade de manter cães de raças potencialmente agressivas em ambientes seguros.
Dois ataques de pit bull registrados nesta quinta-feira (9) deixaram marcas profundas em duas famílias de Campo Grande. Em menos de 24 horas, dois cães morreram após serem atacados por animais soltos em diferentes bairros da Capital. Além da dor, os tutores agora tentam chamar a atenção para a responsabilidade de quem cria cães de grande porte.
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O primeiro ataque aconteceu no bairro Taquaral Bosque. Neguinho, um vira-lata acolhido há quase um ano pela família do empresário Jorcinei de Carvalho, de 50 anos, foi morto após ser atacado por um pit bull que escapou da casa de um vizinho. “Eu saí de manhã pra trabalhar e não vi que o cachorro do meu pai saiu de casa”, contou a filha de Jorcinei, Raissa Vitória. “Depois, os vizinhos ligaram pra ele e enviaram os vídeos. Quando meu pai chegou, o nosso cachorro já tinha morrido. Era um cão dócil, nunca fez mal a ninguém. Se fosse uma criança ali, podia ter sido uma tragédia.”
Neguinho havia aparecido meses antes no lava-jato do empresário e foi acolhido após insistir em ficar no local. “Ele ficou três dias lá no cantinho. Eu até tentei mandá-lo embora, mas ele não foi. Comecei a dar comida, dei banho... e ele ficou. Era manso e brincalhão; as minhas filhas o adoravam”, relembra Jorcinei. “Hoje, a casa ficou vazia. Ele era da família.”
O segundo ataque aconteceu na Vila Nossa Senhora das Graças. Conforme a ocorrência, um pit bull escapou da casa do dono e atacou um cachorro que estava na rua. A tutora de Dog, nome do cachorro atacado, que preferiu não se identificar, contou que o animal fazia parte da família desde filhote. “Peguei-o com um mês de vida”, disse, emocionada.
De acordo com o registro, o dono do pit bull relatou à polícia que deixou o portão aberto por descuido. Ele afirmou ainda que, após o ataque, recolheu o animal e se comprometeu a entregá-lo voluntariamente ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).
O mesmo tutor já havia sido denunciado por maus-tratos anteriormente, por manter o cão preso em corrente. À época, o CCZ esteve no local e não encontrou irregularidades, o que fez com que o animal passasse a permanecer solto no quintal. As partes envolvidas foram encaminhadas à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), onde o caso foi registrado como omissão de cautela na guarda de animal.
Nos dois episódios, o desfecho foi o mesmo: o silêncio e o vazio deixados pela perda. “O Neguinho era o xodó do meu pai. Agora a gente chega em casa e ele não tá mais lá”, lamentou a filha de Jorcinei.
As autoridades reforçam que cães de raças com potencial de ataque devem ser mantidos em ambientes seguros, com muros e portões reforçados, além do uso obrigatório de guia e focinheira em locais públicos. Em situações de risco, o CCZ orienta que a população acione o órgão pelo telefone 3314-9959 ou entre em contato com a Polícia Militar, via 190.
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