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Direto das Ruas

Dois ataques de pitbulls em sequência expõem risco nas ruas de Campo Grande

Feridos e cenas de pânico em bairros diferentes reacendem debate sobre guarda de cães agressivos

Por Gabi Cenciarelli | 04/11/2025 17:38


RESUMO

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Dois ataques de pitbulls em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, deixaram pessoas feridas na manhã desta terça-feira. No bairro Nova Lima, uma vendedora de 26 anos foi mordida ao tentar salvar um cachorro que era atacado por dois pitbulls que escaparam de uma residência. No bairro Mata do Jacinto, outro pitbull atacou um cachorro e feriu a dona do animal. Os tutores dos cães agressores foram localizados e responderão por omissão de cautela na guarda de animais. Os casos expõem a falta de fiscalização e de legislação específica sobre o controle de cães potencialmente perigosos na cidade.

Dois ataques de cães da raça pitbull, registrados com poucas horas de diferença na manhã desta terça-feira (4), em Campo Grande, deixaram feridos e reacenderam o alerta sobre a guarda irresponsável de animais de grande porte. Os casos aconteceram nos bairros Nova Lima e Mata do Jacinto e envolveram animais soltos em via pública.

O episódio mais grave ocorreu no bairro Nova Lima, onde a vendedora de peças automotivas, Nathalia Mendieta, de 26 anos, foi mordida ao tentar salvar um cachorro que era atacado por outros dois pitbulls. Os animais escaparam de uma casa após forçarem um portão que estava sem cadeado.

“Eu parei a moto e vi o dono do cachorro sendo arrastado no asfalto, tentando salvar o animal. Entrei na briga, puxava os cachorros pelo rabo, bati com o que tinha na frente, e eles não largavam”, contou Nathalia. “Foi horrível. Se fosse uma criança ali, teria sido dilacerada.”

A briga, segundo ela, durou cerca de cinco minutos até que um comerciante ajudou a afastar os cães. Ferida no antebraço, Nathalia foi atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros e encaminhada à UPA Nova Bahia. O cachorro atacado sobreviveu com ferimentos leves.

Dois ataques de pitbulls em sequência expõem risco nas ruas de Campo Grande
Nathalia estava de jaqueta, mas mesmo assim ficou com marcas do ataque (Foto: Arquivo Pessoal)

Para a jovem, o caso é reflexo de um problema que se repete nas ruas do bairro. “Eu moro aqui há 16 anos e sempre há cachorro solto. Sempre é preciso pilotar com cuidado. Hoje foi um cachorro; amanhã pode ser uma criança.”

Pouco antes desse caso, no bairro Mata do Jacinto, outro pitbull de grande porte invadiu a calçada e atacou o cachorro de uma moradora. A dona do animal tentou separar a briga e acabou se ferindo no braço. Moradores afirmam que o mesmo cão já havia se envolvido em ataques anteriores e que o comportamento agressivo era recorrente.

Nos dois casos, os tutores foram localizados e responderão por omissão de cautela na guarda de animais, crime previsto no artigo 31 da Lei das Contravenções Penais.

Falta de estrutura e de fiscalização - O ataque no Nova Lima também levantou críticas sobre a ausência de fiscalização. Segundo Nathalia, o local onde viviam os cães não tinha condições adequadas para três animais grandes. “A tutora era uma menina jovem, sem força para conter os cachorros, e o quintal era pequeno e sujo. É a prova de como falta consciência”, afirmou.

Em Campo Grande, não há lei que obrigue o uso de focinheira em cães potencialmente perigosos, mas especialistas defendem a criação de regras municipais mais rígidas, com exigência de estrutura adequada, acompanhamento veterinário e controle de circulação em vias públicas.

“O brasileiro é muito irresponsável com animal. Não é brinquedo: precisa de estrutura física, emocional e financeira para cuidar”, completou Nathalia. “O resultado é esse: sofrimento para o animal e risco para todo mundo.”

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