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Sabor

Paulo arrasta fogão para feira e bomba com dobradinha e carreteiro

Com panelas no fogo no meio da feira, cozinheiro aposta em pratos simples, tradicionais e com tempero de casa

Por Clayton Neves | 20/12/2025 07:55

Levando um fogão no porta-malas do carro, panelas grandes e um tempero aprendido em família, Paulo Cézar Barbosa, de 51 anos, o Paulo Sem Terra, tem conquistado quem passa pelas feiras livres de Campo Grande. Há cerca de dois meses, ele decidiu transformar um dom antigo em trabalho fixo e passou a cozinhar comida raiz e bem feita, preparada ali mesmo, no meio da feira.

RESUMO

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Paulo Cézar Barbosa, conhecido como Paulo Sem Terra, conquistou as feiras livres de Campo Grande com sua culinária caseira. Há dois meses, ele transformou seu talento culinário em trabalho fixo, montando um fogão nas feiras para preparar pratos tradicionais como dobradinha, arroz carreteiro e mocotó. Com preços acessíveis entre R$ 25 e R$ 30 a porção, o cozinheiro de 51 anos atende nas feiras da Copa Vila 2, Parque do Sol e Rita Vieira. Filho de pai baiano e mãe sergipana, Paulo traz em seus temperos a influência nordestina familiar, conquistando clientela fiel com sua "comida raiz" preparada na hora.

O cenário chama atenção. No fim da tarde, Paulo monta o fogão no meio da feira, organiza os ingredientes e começa a cozinhar. O cheiro logo se espalha. Na sexta-feira (19), quando conversou com a equipe do Lado B, o prato servido foi dobradinha com arroz branco, arroz carreteiro e uma macarronada “daquele modelo”, como ele define.

No cardápio, os pratos remetem à comida de casa. Tem dobradinha, arroz carreteiro, carne de panela, costela, mocotó, tudo feito na hora, diante do público.

Paulo arrasta fogão para feira e bomba com dobradinha e carreteiro
Filho de nordestinos, Paulo diz que vem de família o tempero que agrada todo o povo. (Foto: Clayton Neves)

Os preços também seguem a proposta simples e acessível. “Varia de R$ 25 a R$ 30 a porção bem servida na marmitex”, explica. A aceitação tem sido tanta que alguns clientes chegam cedo para garantir o prato preferido. “Tem gente que pede pra eu guardar pra pessoa vir buscar’”, conta.

Paulo cozinha nas feiras da Copa Vila 2, Parque do Sol e Rita Vieira, em diferentes dias da semana. Ele chega sempre no fim da tarde, por volta das 16h30. “Eu tô gostando demais dessa vida das feiras. O povo interage comigo, conversa, brinca, pergunta da comida. É bom demais”, comenta.

Com carisma pra dar e vender, Paulo também fez da nova rotina um motivo para entrar de cabeça nas redes sociais. Em toda feira, ele produz vídeos divertidos e espontâneos apresentando o cardápio do dia. Só no TikTok, já são quase 70 mil curtidas.

Apesar de recente nas feiras, o cozinheiro lembra que a relação dele com a cozinha é antiga. “Desde pequeno eu sempre fui bom de cozinhar, de fazer qualquer tipo de comida”, lembra. Antes, ele trabalhava com eletrônica, mas começou a perceber o crescimento da gastronomia na cidade e decidiu apostar no que sempre soube fazer. “Eu decidi que ia levar umas comidas caseiras para a feira. E comecei devagarzinho”, relata.

Segundo ele, a base do tempero vem da família. Nascido no Paraná, Paulo Sem Terra é filho de pai baiano e mãe sergipana. “Essas comidas arretadas e o tempero nordestino vêm de casa. A impressão do sabor vem deles. Eu sempre me dediquei a aprender qual tempero combina com cada prato”, afirma. Em casa, ele divide a cozinha com a esposa, Elza, com quem teve cinco filhos.

Entre os clientes, o arroz carreteiro e a dobradinha viraram o carro-chefe. “Eu sou fã da dobradinha mesmo. Pode estar calor, pode estar frio, sempre tem público”, garante.

Paulo arrasta fogão para feira e bomba com dobradinha e carreteiro
Fogão e botijão acompanham o cozinheiro em toda feira.

De acordo com o cozinheiro, o preparo exige técnica e paciência. O bucho chega cortado do açougue, passa por fervuras, descanso, tempero e leva horas até ficar no ponto. “Tem que tirar o cheiro, deixar no jeito. Tem segredo, tem técnica”, explica.

Mesmo com toda essa dedicação, Paulo mantém os pés no chão e o sorriso no rosto. Ele faz vídeos para as redes sociais, divulga os pratos e comemora cada elogio. “O povo fala que a comida do Sem Terra é dez. E isso motiva demais”, revela.

Quem passa pelas feiras encontra sempre um prato diferente e farto. Também encontra conversa, risada e aquele sabor que remete à comida de verdade. “É comida raiz, comida verdadeira. Daquela que você come e dá sustança mesmo”, resume Paulo Sem Terra.

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