"Ela está mais feliz", diz cuidadora de idosa vacinada contra covid em casa

No primeiro dia de vacinação contra covid-19 das pessoas acamadas em Campo Grande, a emoção ficou por conta da idosa Aparecida Barbosa Nogueira, 88 anos. Mesmo não falando nada depois de complicações decorrentes de duas pneumonias, os olhos - única forma de comunicação - mostram que um desejo foi realizado hoje.

Ela é uma das 1.147 pessoas da Capital que literalmente vivem em cima de uma cama, recebendo cuidados especiais de familiares ou cuidadores. Moradora da Vila Carlota, elas recebeu o Campo Grande News em sua casa, onde estava com Lilian dos Santos Rodrigues, 40 anos, que há seis toma conta dela.

“Todos estavam esperando muito pela vacina e ela agora está mais feliz. Eu fui a que mais esperou. Quando ficamos sabendo que a dona Cida seria vacinada, fiquei muito emocionada. Só quem sabe é quem tem pessoa uma pessoa acamada ou idosa que sabe”, enfatizou Lilian.

Para ela, que já perdeu algumas pessoas próximas por causa da covid, a ansiedade para que Cida tomasse a vacina era grande. “Eu falava pra dona Cida que ela não ia embora com essa doença, porque a vacina está chegando”, relatou em alegria e alívio.

Responsável pela aplicação das doses, a enfermeira Maria de Fátima Dagher, de 56 anos, conta que é muito gratificante fazer parte desse momento. “Agora estamos conversando com os pacientes para eles se acalmarem e entenderem em qual momento vão ser vacinados, porque vai chegar”, comentou.

Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) a expectativa é que todas as 1.147 pessoas acamadas sejam vacinadas nesta primeira etapa. Maioria é acompanhada pelas equipes das unidades de saúde nos bairros. Caso o paciente acamado não seja cadastrado, a orientação é de que o familiar formalize o pedido na unidade de mais próxima da sua residência, fornecendo o nome, endereço completo e telefone do paciente.

A reportagem foi autorizada pela Sesau a acompanhar apenas a vacinação da dona Aparecida.