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Capital

"Ele só fazia mal pra ele mesmo, por causa da droga", diz tio de morto pela PM

Abalados, familiares e amigos afirmavam que a pessoa descrita em matérias não condiz com quem eles conheciam

Lucia Morel e Mirian Machado | 24/11/2021 15:03
"Ele só fazia mal pra ele mesmo, por causa da droga", diz tio de morto pela PM
Ontem, sangue de Marcelo na calçada da casa onde foi baleado. (Foto: Marcos Maluf)

“O Marcelo era uma boa pessoa. Ele só fazia mal pra ele mesmo, por causa da droga”. Durante enterro do Técnico de Tecnologia de Informação da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), morto pela Polícia Militar ontem após surto no bairro União, Marcelo de Andrea Nahabedian, 47 anos, o tio dele, Waldemar Blanco, 59, afirmou que o sobrinho nunca foi bandido.

Abalados, familiares e amigos afirmavam que a pessoa descrita nas reportagens não condiz com quem eles conheciam. Waldemar comentou que os acessos de raiva ocorriam quando ele usava entorpecentes e que o sobrinho chegou a ficar até oito anos “limpo”, mas teve recaída e não voltou mais ao normal.

Em junho do ano passado, em situação bem semelhante, Marcelo foi baleado por policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), mas sobreviveu.

O pai dele, Armênio Nahabedian, 73 anos, que não quis falar com a reportagem, passou a morar em uma pousada, deixando o filho sozinho no bairro União. O distanciamento ocorreu porque, segundo Waldemar, Armênio não suportava mais a agressividade de Marcelo.

"Ele só fazia mal pra ele mesmo, por causa da droga", diz tio de morto pela PM
Marcelo, em foto de documento pessoal. (Foto: Reprodução)

Com mestrado em Ciências da Computação em andamento e graduado em Análise e  Desenvolvimento de Sistemas na UFMS, Marcelo era servidor na mesma universidade desde 2016, quando se graduou, mas há dois anos pediu afastamento para tratar de “assuntos pessoais”.

Conhecedores da dependência química do colega, os companheiros de trabalho do técnico ficaram chocados com a morte. “Ele liderava projetos desde estudante e nunca teve nenhum problema de relacionamento no serviço. Fomos pegos de surpresa”, disse Maurílio Montanha, analista técnico, de 36 anos.

Também colega, Carlos Bittencourt, analista, 38, afirmou que Marcelo era proativo e competente e que por isso, sempre estava em liderança. “Mas tinha depressão e por causa disso, foi parar até nas ruas em Pernambuco, uma vez”, lembra.

Pai de três filhos, um deles adotivo, Marcelo morou um tempo em Pernambuco, onde chegou a constituir família. Separou, segundo o tio, porque a esposa “não conseguia conviver com uma pessoa doente assim”. Ele também fez um ano de tratamento contra drogas, mas acabou recaindo.

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