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Capital

Eleição em aldeia urbana mostra abandono de projeto pioneiro

Leonardo Rocha e Samuel Isidoro | 07/08/2016 11:50
Aldeia urbana, Marçal de Souza, realiza sua eleição para cacique neste domingo (Foto: Fernando Antunes)
Aldeia urbana, Marçal de Souza, realiza sua eleição para cacique neste domingo (Foto: Fernando Antunes)
Calixto Francelmo é o candidatos mais velho na eleição para cacique (Foto: Fernando Antunes)
Calixto Francelmo é o candidatos mais velho na eleição para cacique (Foto: Fernando Antunes)
Francisco da Silva diz que vai lutar pelas melhorias das ruas da aldeia (Foto: Fernando Antunes)
Francisco da Silva diz que vai lutar pelas melhorias das ruas da aldeia (Foto: Fernando Antunes)
Edmárcio é o candidato mais novo e diz que quer trabalhar pela comunidade (Foto: Fernando Antunes)
Edmárcio é o candidato mais novo e diz que quer trabalhar pela comunidade (Foto: Fernando Antunes)

Os três candidatos a cacique na aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande, disputam hoje o cargo que ficou vago com a morte da líder Enir Terena. As eleições na comunidade servem para mostrar o quanto o lugar, considerado pioneiro no Brasil, foi esquecido e precisa de investimento. 

Quem disputa a vaga, promete buscar, junto ao poder público, melhorias nas ruas, comércio e infraestrutura do local, além da ampliação da escola, que no momento só atende crianças até a 5° série. A eleição começou neste domingo (07) às 8h e segue até às 17h.

Dos 500 eleitores, até o final da manhã, 150 indígenas haviam votado. Os candidatos foram orientados a não ficar nos arredores da votação, para não fazerem a famosa "boca de urna". Os três tiveram tempo de conversar com os moradores da aldeia urbana e fazerem as propostas, sobre as melhorias para a comunidade.

O candidato Calixto Francelmo, de 86 anos, ponderou que, assim como na política que forma geral, muitos caciques não querem trabalhar pelas aldeias e sim apenas por interesses próprios. Ele ainda reclamou da "comercialização" da figura do índio, que está fazendo a comunidade "perder a cultura". Também citou que a única escola na aldeia só atende alunos até a 5° série.

Outro concorrente é Francisco da Silva, de 45 anos. Para conquistar os eleitores, ele diz lutar para melhorias nas ruas e infraestrutura da aldeia. "A comunidade está abandonada e esquecida, vou ter um olhar com mais atenção aos nossos problemas, além de pensar nas crianças". Ele espera trazer o curso de EJA (Educação de Jovens e Adultos) para comunidade. "Não adianta fazer proposta que não dá conta de cumprir".

O mais novo dos candidatos é Edmárcio Barros, de 36 anos. Ele usa a idade a seu favor e faz a propaganda da "renovação" para mostrar trabalho para comunidade. "Precisamos melhorar as ruas, cuidar do Memorial que está parado, além disto as pessoas mais velhas querem estudar, precisamos dar a oportunidade".

A reclamação de Edmário é sobre a falta de atividades no Memorial da Cultura Indígena, conhecido como Oca do bairro Tiradentes, que tem ficado às moscas, segundo os terena.

A cacique Enir Terena morreu no dia 21 de junho, aos 61 anos, vítima de cardiopatia. 

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