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Capital

Em cemitérios públicos, vigilância depende do medo do sobrenatural

Sem segurança fixa, cemitérios são alvos de vandalismo e furto de placas por usuários de drogas

Silvia Frias e Mirian Machado | 30/07/2019 07:26
Vários túmulos estão sem as placas, alvo dos ladrões (Foto: Henrique Kawaminami)
Vários túmulos estão sem as placas, alvo dos ladrões (Foto: Henrique Kawaminami)

Nos cemitérios públicos de Campo Grande, um rápido passeio evidencia a situação precária da segurança interna que depende mais do medo do sobrenatural do que propriamente do policiamento.

Não faltam relatos de depredação dos túmulos, vidros quebrados em capelas e furto de placas de alumínio e bronze. No Cemitério Santo Amaro, o encarregado Marcos da Silva Vargas, 39 anos, funcionário há 17 anos, lembrou que o último caso aconteceu no dia 1º de maio, quando a PM (Polícia Militar) flagrou um homem que havia furtado cinco placas de bronze e havia acabado de sair do local. Os militares desconfiaram da mochila, até baixa pelo peso.

No Cemitério Santo Antônio, muro baixo facilita ação (Foto: Henrique Kawaminami)
No Cemitério Santo Antônio, muro baixo facilita ação (Foto: Henrique Kawaminami)
Placas recuperadas pela polícia serão entregue às famílias dos mortos (Foto: Henrique Kawaminami)
Placas recuperadas pela polícia serão entregue às famílias dos mortos (Foto: Henrique Kawaminami)

Questionado se os furtos são recorrentes no local, Marcos diz que “não é todo mundo que tem coragem de entrar no cemitério”. Os furtos e o vandalismo acontecem no horário de almoço ou à noite, quando não há funcionários. Na parte externa, a vistoria depende da PM (Polícia Militar) e Guarda Municipal. Ele explica que recomenda às famílias que registrem boletim de ocorrência.

No Cemitério São Sebastião (Cruzeiro), funcionários ouvidos pela reportagem contaram que o problema maior é por conta do vandalismo. Os furtos mais comuns são da placa de alumínio, já que não há muitas de bronze.

“O poder aquisitivo das famílias que sepultam aqui é diferente do Santo Antônio, por exemplo”. Além disso, a coordenação orienta o uso de placa de alumínios.

No Cemitério Santo Antônio, a informação é que o furto de placas de bronze caiu e o de alumínio aumentou. “Muro aqui é baixinho, até criança pula”, disse funcionária que também não quis se identificar.

Funcionários disseram que costumam fazer rondas logo cedo, até para identificar se não há nada fora do lugar. Porém, durante à noite, o lugar é fechado e não há segurança interna, a mesma situação dos outros cemitérios públicos.

No domingo (28), duas pessoas entraram de madrugada no cemitério e tentaram furtar os alumínios. O material seria usado na troca por drogas. Segundo um funcionário, várias capelas já foram depredadas também, em ação de vândalos. “Nem os mortos têm sossego”, completando. “É triste, porque gasta dinheiro, investe, é falta de respeito isso”.

Em nota, a Prefeitura  de Campo Grande informou que os cemitérios municipais são atendidos diuturnamente pelas equipes da Guarda Civil Municipou. Segundo a informação prestada, no fim de semana, por exemplo, foram presos dois homens que depredavam e tentavam furtar alumínio de jazigos.

Portas arrombadas e vidros estilhaçados nas capelas (Foto: Henrique Kawaminami)
Portas arrombadas e vidros estilhaçados nas capelas (Foto: Henrique Kawaminami)
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