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Capital

Em dia de audiência, famílias de jovens assassinados por ciúme exigem justiça

Famílias protestam a favor da condenação de Messias Cordeiro, assassino da ex-namorada e de amigo

Idaicy Solano e Izabela Cavalcanti | 10/07/2023 12:48
Em frente ao Fórum, familiares e amigos pedem justiça e relembram momentos marcantes vividos pelas vítimas. (Foto: Izabela Cavalcanti)
Em frente ao Fórum, familiares e amigos pedem justiça e relembram momentos marcantes vividos pelas vítimas. (Foto: Izabela Cavalcanti)

Em dia de audiência, os familiares e amigos dos jovens Karolina Silva Pereira, 22 anos, e Luan Roberto de Oliveira, 24 anos, mortos por Messias Cordeiro da Silva, 25 anos, ex de Karolina, se reuniram em frente ao Fórum de Campo Grande para pedir por justiça em memória das vítimas. Cartazes erguidos pela família de Karolina, vítima de feminicídio no dia 30 de abril de 2023, relembram conquistas e momentos felizes da vida breve da jovem, que foi tirada pelo ex-namorado, no caminho de volta para casa do trabalho. Familiares de Luan, que acompanhava a jovem e também foi vítima, pedem por justiça e "pena máxima" para o autor do crime.

“Ela era muito amável, qualquer lugar ela encantava. Ela sonhava em salvar vidas", resume a mãe, Patricia da Silva, 38 anos. Karolina havia pegado o diploma do curso técnico em enfermagem apenas 20 dias antes do crime. Os cartazes continham fotos de diversos momentos da vida da vítima, como a conquista da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e o primeiro estágio em enfermagem.

Cartaz mostra fotos de conquistas feitas por Karolina, que "sonhava em salvar vidas", segundo relata a mãe. (Foto: Izabela Cavalcanti)
Cartaz mostra fotos de conquistas feitas por Karolina, que "sonhava em salvar vidas", segundo relata a mãe. (Foto: Izabela Cavalcanti)

Segundo Patrícia, os dias têm sido difíceis de suportar. A mulher precisou buscar ajuda psicológica para conseguir lidar com a dor. "É um pedaço da gente que não tem mais, todos os dias no mesmo horário eu sinto a mesma dor”, relata, se referindo à angústia que sente ao saber que a filha não vai mais aparecer na porta de casa após o serviço. “A única coisa que a gente quer é que ele permaneça preso. A gente nunca passou por isso, tem que ter força. Estou buscando ajuda psicológica, estou tomado remédios, está difícil”.

De acordo com a mãe, a família nunca notou nenhum comportamento agressivo por parte do assassino, mas Patrícia não aprovava o namoro, pois segundo a mulher, Messias manipulava Karolina. "O comportamento dele a gente não aprovava. Era manipulador, a gente percebia o quanto ele manipulava ela. Um dos comentários que ele fazia era que se ela largasse ele, ele ia se matar, e isso fazia ela ficar presa no relacionamento”.

O padrasto de Karolina, o autônomo Luiz Henrique Azamor, 37 anos, relembra que ele e a enteada costumavam conversar sobre o futuro. O homem lamenta que a possibilidade de um porvir tenha sido arrancada da jovem. "Nunca briguei com a Karol, nunca tive uma discussão. Ela era uma boa menina. Eu queria ser a parte amiga, a gente sempre conversava sobre o futuro”.

Patricia da Silva, mãe da jovem, e Luiz Henrique Azamor, padrasto da jovem, seguram cartaz pedindo por justiça. (Foto: Izabela Cavalcanti)
Patricia da Silva, mãe da jovem, e Luiz Henrique Azamor, padrasto da jovem, seguram cartaz pedindo por justiça. (Foto: Izabela Cavalcanti)

No dia em que Karolina foi baleada, ela estava na presença do amigo Luan Roberto de Oliveira, que trabalhava com a jovem em uma pizzaria. Luan também foi vítima de Messias. A mãe do rapaz, a manicure Ednamar Braga de Oliveira, 49 anos, declarou para a reportagem que não imaginava perder o filho dessa maneira. “Não tem sido fácil, estou com dificuldade de memória, meu emocional está abalado".

Sensibilizada, a manicure segurava um cartaz pedindo pena máxima para o autor do crime. "A gente quer que ele [Messias] pegue pena máxima. Nada que traz ele [Luan] de volta, mas pelo menos ele [Messias] não vai fazer com outras famílias”.

A operadora de caixa Thaysa Helmer, 20 anos, vizinha de Luan, relata que cresceu com o rapaz, e a morte do amigo "doeu bastante". Ela relembra o jovem pela personalidade carinhosa, respeitosa e educação. "Nunca vi faltando com o respeito, era carinhoso, o bem maior dele era a família. Foi morto só por fazer o que sempre fazia, que era ajudar o próximo”.

Familiares usaram camisas personalizadas com a foto de Luan durante protesto em frente ao Fórum. (Foto: Izabela Cavalcanti)
Familiares usaram camisas personalizadas com a foto de Luan durante protesto em frente ao Fórum. (Foto: Izabela Cavalcanti)

Crime - No dia 30 de abril de 2023, Luan foi assassinado com um tiro no tórax, no Jardim Colibri 2, em Campo Grande. O jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Ele estava acompanhando Karolina até em casa após um dia de trabalho. Ela também foi baleada na cabeça e pescoço, teve exposição de massa encefálica e foi socorrida em estado grave. Karolina morreu no dia 2 de maio. Messias Cordeiro, de 25 anos, se entregou para a polícia após cometer o crime. Ele chegou a enviar mensagens à mãe da jovem, confessando o assassinato.

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