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Capital

Em guerra de famílias, amigos fazem protesto por prisão de assassino

Ângela Kempfer e Graziela Rezende | 11/08/2013 10:47
Família já perdeu dois membros em série de vinganças na Vila Nasser. (Foto: Marcos Ermínio)
Família já perdeu dois membros em série de vinganças na Vila Nasser. (Foto: Marcos Ermínio)
Cartaz com a foto de outro irmão assassinado em "guerra" de famílias.
Cartaz com a foto de outro irmão assassinado em "guerra" de famílias.

Parentes e amigos de Rogério Santos Rocha fizeram um protesto na manhã deste domingo na Vila Nasser. Com camisetas e cartazes, cerca de 30 pessoas pediram a prisão de Breno Félix da Cruz, que há uma semana assassinou o homem, conhecido como Jabá, com tiro na cabeça, na região da avenida Tamadaré.

Para a mãe da vítima, Maria Eunice dos Santos, de 54 anos, só a punição pode diminuir a dor da família e garantir a paz no bairro que há quase 10 anos enfrenta a violência provocada por uma série de vinganças envolvendo as famílias Santos e Cruz. Rogério é a terceira vítima neste confronto.

“Ele (assassino) não acabou só com a vida do meu filho, acabou com a minha também”, conta a mãe que já havia perdido outro filho de 19 anos, executado em 2006, em uma briga envolvendo a família de Breno.

Para amigos e parentes, o crime foi “covarde”. “Ele (Rogério) não teve chance de se defender”, comenta o pai da vítima, o pedreiro Waldemar Oliveira Rocha.

Rogério cumpria pena no regime semi-aberto, por assassinato há 8 anos, mas havia conseguido beneficio por bom comportamento para permanecer por 7 dias em casa. No domingo foi atingido com tiro na cabeça e morreu na hora.

Breno, de 23 anos, assumiu o crime na terça-feira passada, alegou legitima defesa e foi liberado para responder pelo homicídio em liberdade.

O pai garante que o filho havia “mudado de vida” depois de ficar anos preso, “pagando pelo erro”. No dia do crime, Waldemar conta que Rogério foi até o campo de futebol do bairro para avisar aos amigos que estava em casa. “Foi uma despedida, mesmo sem ele saber”, avalia. Neste Dia dos Pais, o que ficou foi a “tristeza”, lamenta o pedreiro.

Jabá faria 30 anos no dia 16 de setembro. A data será marcada por outro protesto, caso Breno e um homem apontado como comparsa, chamado Carlos, ainda não tenham sido presos, avisa a família.

Vingança - Breno já perdeu um irmão nessa briga sem fim contra a família Santos. Em depoimento, ele contou que também sofreu um atentado durante uma festa no dia 20 de janeiro deste ano, praticado por outro irmão de Rogério, conhecido como “Sassá”. No dia, ele foi atingido na boca e acabou no hospital.

Na versão do rapaz, Jabá o ameaçou de novo no último domingo, durante a partida de futebol que antecedeu o crime. Os dois discutiram no campo de futebol de várzea. Segundo o assassino, Rogério chegou a dizer que só não lhe matava porque Breno estava com o filho no colo.

O jovem então entregou o bebê à outra pessoa, tirou o revólver e efetuou os disparos, um tiro acertou a cabeça de Rogério.

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